quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

LAÇOS DE AMOR ENTRE VIDAS: 'O OUTRO LADO DA VIDA' - (2a. Parte).

Há um poder em nós que atua para além da vontade do ego?
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"Antes de reencarnar na Terra, você fez um plano do que pretendia alcançar. Dentro desse plano, fez contratos com todas as pessoas de sua vida: um contrato com seus pais, irmãos, irmãs, parentes e amigos. Eles o ajudam a passar por tudo o que planejou realizar nesta vida"... (Dolores Cannon. Hipnoterapeuta). - Dolores reafirma o que temos dito aqui: antes de nascer cada um escolhe, a nível da Alma, as lições de vida no 'campo quântico das possibilidades' junto àqueles que está interligado por laços kármicos do passado. Ninguém nasce numa certa família ou circunstância por Acaso... Tudo faz parte do aprendizado constelado pelo ser interior imortal ('Self'), para nos dar oportunidades de expansão da Consciência Divina: "Nossa intenção é deixar que as pessoas sigam seu próprio caminho para encontrar a verdade espiritual eterna, que faça sentido dentro da experiência delas... Gostaríamos que estas palavras chegassem até aqueles que estão abertos para essas verdades, que se harmonizem com elas e as usem para fazer brotar em si e cultivar a ânsia pelo crescimento interior e pelo desenvolvimento". (Anjo Ariel). ['Entrevista com um Anjo', p. 97. Pensamento]. (Campos de Raphael).


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'Laços de Amor Entre Vidas': INTROITO. ('O Outro Lado da Vida'). História Real.
 “Ao observar a via de desenvolvimento daqueles que silenciosa e inconscientemente se superaram a si mesmos, constatei que seus destinos tinham algo em comum: o novo vinha a eles do campo obscuro das possibilidades de fora ou de dentro, e eles o acolhiam e com isso cresciam. Parecia-me típico que uns o recebesse de fora e outros, de dentro, ou melhor, que em alguns o novo crescesse a partir de fora e em outros, a partir de dentro. Mas de qualquer forma, nunca o novo era algo somente exterior ou somente interior. Ao vir de fora, tornava-se a vivência mais íntima. Indo de dentro, tornava-se acontecimento externo. Jamais era intencionalmente provocado ou conscientemente desejado, mas como que fluía na torrente do tempo”. [Cf. ‘O Segredo da Flor de Ouro’, p. 31/32. C.G. Jung / R. Wilhelm. Vozes].
INTROITO: A cegueira da personalidade mortal, aliada a nossa limitada mente racional, mantém a consciência como algo separado de tudo e de todos... No entanto, nossa experiência a longo da vida (próxima dos 90 anos) testifica que, através de o ser interior imortal e sua Essência Divina, estamos todos interligados não só aos demais seres humanos, como aos reinos tano "em cima" como "embaixo", numa perfeita Unidade.

E nosso relato pessoal visa exemplificar esse fato: Duas famílias nascem em continentes diferentes, uma na Áustria, de nobreza imperial; a outra no Brasil, na pobreza do interior mineiro. Não têm quaisquer laços de parentesco sanguíneo e parece nada terem em comum uma com a outra.

O misterioso fluxo do Destino, porém entrelaçará as vidas dos dois chefes de família e às de seus filhos... Defrontam-se com o mesmo problema da luta pela sobrevivência nos países de origem. Em razão disso, decidem tentar a vida noutro lugar. E, apesar dessa separatividade aparente, escolhem ambos irem trabalhar no Rio de Janeiro...

Mais tarde a esposa e seus filhos vêm juntar-se a eles. E no fluxo de eventos sincronísticos, alheios ao controle da vontade de seus egos, ser-lhes-á propiciado reencontrar outras almas afins, ligadas por experiências e laços kármicos do passado...
Na realidade, cada um de nós traz dentro de si um mistério ou enigma a ser desvendado. Mas, quando a consciência de nosso ser profundo mergulha na pesada veste carnal do espaço-tempo, esquecemos quem de fato somos e 'para quê' viemos a este "campo das possibilidades".

Tudo se movimenta no Universo e no seu fluxo enfrenta-se provações, dificuldades e tribulações, objetivando levar-nos ao despertar espiritual e ampliação da Consciência Divina. E quem comprova esse propósito maior por trás da vida, pode afirmar: "O mundo no qual penetramos pelo nascimento é brutal, cruel e, ao mesmo tempo, de uma beleza divina"... (Carl Jung).

Na verdade, "vivemos, existimos e nos movemos", em invisível oceano quântico de energia cósmica, pleno da divina Essência-Amor. Ela é que vivifica e permeia tudo, por trás de todas as formas e seres. Mas, a limitação e cegueira humana não nos deixa perceber que, o tempo todo, somos todos guiados e protegidos pelo Amor dos Anjos de Deus...
 
"Você é levado em sua vida pela criatura viva interior, o ser espiritual brincalhão que é o seu verdadeiro Ser"... ('Ilusões', p. 55. Richard Bach. Record. 1977).

Quando encontrei pela primeira vez, no Rio de Janeiro, uma moça loura de olhos azuis que viria a ser companheira de jornada no Caminho, o sangue nosso estava tão intoxicado e a consciência de tal modo obliterada pela alimentação carnívora, que deixou de haver o reconhecimento recíproco de 'Reencontro de Almas'.

Isto só veio a acontecer tempos depois de casados; teríamos que primeiro defrontar uma série de eventos e provações para amadurecer nossas personalidades terrenas e possibilitar o despertar da reminiscência espiritual de nosso ser interior...

Na verdade, nossas almas traziam registros no inconsciente do passado espiritual nos antigos santuário do Sul da França, entre cátaros e templários. E algo dessa reminiscência aflorava, às vezes, embora de maneira inconsciente, desde nossa infância. Ela nasceu na Áustria em Graz, capital da Estíria, onde tomou sua veste física, e quando criança olhava à noite para o céu estrelado e, entristecida, perguntava a si mesma: "Onde está minha verdadeira família?"
"O laço que une a sua família verdadeira não é de sangue, mas de respeito e alegria pela vida um do outro. Raramente os membros de uma família se criam sob o mesmo teto"... ['Ilusões', p. 72. Richard Bach. Record. 1977].

Comigo aconteceu um pouco diferente. Nasci numa pequena cidade do interior de Minas Gerais (Inhapim), num vale entre montanhas. E aos doze anos comecei a sentir profunda e inexplicável nostalgia. Subia então ao monte próximo de nossa casa para ter uma vista mais ampla do panorama ao redor e me parecia vir um chamado além dos horizontes na direção do sol nascente...

Pouco antes de completar meus treze anos, meu pai foi aconselhado por meu irmão mais velho, filho do primeiro casamento materno, a tentar a vida no Rio de Janeiro. Esse irmão fôra antes para essa capital e servia na Cavalaria dos Dragões da Independência. Meu pai escolhera a profissão de alfaiate, era o maestro da banda local, mas nada disso lhe dava rendimento suficiente para sustentar a família... Três meses após sua ida, minha mãe recebeu sua carta pedindo que me juntasse a eles, para juntos trabalhar até que pudéssemos levar para lá o restante da família.


E no meu aniversário de treze anos em 1942, sem saber que era dia sob a proteção do anjo da guarda, embarquei no antigo trem da Leopoldina Railway, acompanhado de três jovens adultos de Inhapim, que iriam lá trabalhar. Desembarcamos no Rio de Janeiro em plena Segunda Guerra Mundial. Jamais imaginaria estar indo ali para reencontrar uma alma amiga, à qual estava ligado por laços kármicos do passado.

Dois anos mais tarde, após uma série de dificuldades e sacrifícios de todos nós, foi nos dado  realizar nosso objetivo: trazer toda a família. Para nossa alegria, eles chegaram ao Rio em 1944 e foram recebidos de braços abertos pelo Cristo Redentor...
O universo está em constante mudança e a realidade é um emaranhado de infindáveis transformações inter-relacionadas: "Nossas mentes são finitas, e no entanto, mesmo nessas circunstâncias de finitude, estamos rodeados de possibilidades infinitas, e o propósito da vida humana é apreender o máximo que pudermos dessa infinitude"... escreveu o renomado matemático e filósofo Alfred North Whitehead - ('Para Além da Mente',  p.22). 

As coincidências significativas escapam à percepção da mente separatista do ego humano. E deixamos de ter a noção clara de que, apesar de nossa aparente distância física e  geográfica, estamos interligados a todos os seres e a todo reino deste Universo...

Dez anos antes de nossa chegada ao Rio, aquela que viria a ser minha parceira espiritual desembarcou de um navio naquela cidade, em 1932 (eu estava então apenas com três anos de idade!), junto com a mãe e um irmão mais velho, da parte materna. E seguiram para a região serrana de Nova Friburgo, onde seu pai trabalhava desde 1929, como chefe da contabilidade da grande indústria local - a Fábrica Filó.

Foram morar primeiro junto ao sopé das montanhas 'Três Catarinas'. Nome inspirado nas monjas catarinas ou cátaras do Sul da França. Estas foram perseguidas e mortas como hereges, durante as Cruzadas movidas pela Papa Inocência em 2009. E foi para nós uma enorme surpresa em 1980, ao descobrir em Carcassone, que minha esposa fôra ali uma 'monja cátara 700 anos atrás...

Mas isso é outra história, e precisamos dar continuidade ao nosso relato, iniciado na 1a. Parte, em ...
Em resumo: Contamos ali que eu fôra avisado pelas Cartas do Tarô, que me casaria com uma loura de olhos azuis, com quem seria muito feliz, mas por pouco tempo; logo depois ela morreria. E aos seis meses de casados, grávida, e em risco de morte, ela fôra internada no Pronto Socorro do Hospital Municipal Souza Aguiar, do Rio de Janeiro.

Constataram de imediato a gravidade do seu caso e foi levada para ser operada. O médico que a operou pensou que ela morreria; e mandou-me para casa dizendo que me preparasse porque "não poderia garantir nada". E parecia que o vaticínio do oráculo iria se cumprir.

Em aflição de alma, eu rolava na cama sem conseguir dormir, e um filme desenrolou na mente: nosso primeiro encontro, as previsões do oráculo do Tarô, descrevendo-a, sua longa viagem, o casamento quando voltasse e logo em seguida sua morte... E veio a intuição de orar um Pai-Nosso pedindo a Deus que lhe fosse dado sobreviver, pois ela me dera uma outra noção de valores...

A resposta veio através do ser interior ('Self'), ou 'Deus-em-nós'; e do âmago do santuário de meu coração, projetou-se, como numa tela de cinema dois caminhos. E "soube" que estava numa 'Encruzilhada da Vida'. É o lugar onde, cada um decide o rumo a tomar na sua vida -, o trívio de Hecate. (*).

(*). Hecate: "Deusa ctônia; ela reúne os três níveis: o infernal, o telúrico e o celeste e, por isso mesmo, [na Grécia] é cultuada nas encruzilhadas, porque cada decisão a se tomar num trívio postula não apenas uma direção horizontal na superfície da terra, mas antes e especialmente uma direção vertical para um ou para outro dos níveis de vida escolhidos"... [Mitologia Grega - 'Dicionário Mítico-Etimológico', p.486. Volume I. Junito Brandão. Vozes. 1993].
Não ouvi vozes, mas "sabia" que o da "direita", era a via horizontal das posses materiais, que me fôra antecipado pelo oráculo do Tarô. E o "à esquerda", era o Caminho espiritual, que direciona para o Alto. Nele saberia por que fôramos colocados juntos nesta vida. Mas, para escolhê-lo, teria de renunciar primeiro aos bens materiais que viriam na via horizontal - roteiro que escolhera antes de nascer, revelado nas Cartas do Tarô.

Começava então outra série de eventos sincronísticos, quando decidi renunciar aos bens materiais e ao roteiro que eu trazia, e escolher o caminho espiritual -, criando a possibilidade de sobrevivência dela, e fôra esta a minha decisão...

Nessa noite de 16 de junho de 1954, minha parceira viu-se diante de um caminho que se perdia no infinito - Jung o denominou de "Longuíssima Via". Ela não sentia mais dores físicas, nem ligação pessoal com família, raça, etc. Mas, percebeu que havia certo fio que ainda ligava sua alma à Terra. Não sabia, mas o fio provinha do Pai-Nosso que eu orara das profundezas da alma, pedindo a Deus a sua sobrevivência...

E vamos agora dar continuidade ao relato, de onde paramos na 1a. Parte...
Ela ouviu então uma voz espiritual, vinda como que do âmago de seu coração; era uma voz masculina de um "agente espiritual" que lhe incentivava: "Vamos caminhe! O que você está esperando?" E ela perguntou: "Mas, e o Carlinhos?" - referindo-se a mim.

E a voz, disse: "Ah, vocês dois... Quer ver como estão as suas almas? Então consubstanciou na sutil matéria astral um maço de algodão, cheio de nós: "Suas almas estão presas por laços do passado [nós kármicos], e precisam buscar o Caminho espiritual que lhes dará a oportunidade de conscientizar-se deles e desatar esses nós, para libertar a alma um do outro".

Ela ainda não entendia o que lhe estava acontecendo, e ele explicou-lhe: "Você escolheu uma missão espiritual, mas esqueceu e perdeu 30 anos de sua vida sem efetuá-la, por isso não havia mais razão para continuar vivendo. Mas, podia escolher voltar e então realizá-la.

E falou ainda sobre a necessidade de deixar de comer carne no caminho espiritual, pois o sofrimento e pavor dos animais, ao pressentir a morte para servir de alimento ao homem, fica impregnado no seu sangue. Este fica entranhado na carne animal e ao entrar na corrente sanguínea humana embrutece o homem e oblitera sua consciência; dificulta e impede a percepção sutil da Verdade.

Levou-a então ao 'Lugar das Cruzes'... Ali havia um enorme monte de cruzes, de variados tamanhos e de materiais: cruz de ouro, cruz de pedras preciosas; umas pequenas, outras grandes feitas de troncos de árvores... E a voz disse: "Antes de descer [ao corpo físico], cada um escolhe a sua cruz"...
Ela viu chegar um jovem tipo esportivo, escolheu uma pequena cruz que lhe podia caber no bolso, e afastou-se. Veio em seguida um homem aparentando um "novo rico", exibindo no colete da veste um relógio com corrente de ouro; escolheu uma cruz de pedras preciosas, e falou: "Esta é para a sala de visitas!

A seguir, um homem só de tanga, que parecia um asceta hindu, esforçou-se para retirar daquele monte uma cruz de tronco de árvores... E a Voz lhe disse:É importante observar que, no mundo material, aquela pequena cruz pode vir a tornar-se mais pesada, e a outra de troncos de árvores mais leve.

E durante cinco dias e cinco noites, esse "agente espiritual" instruía a ela, mas sempre invisível, tanto do "lado de la" como do "lado de cá".. Respondia as suas perguntas, estivesse acordada no hospital ou adormecida, quando ela ia para o campo astral. Instruía sua alma e à protegia das entidades astrais...

Certa noite, apareceu-lhe entidades na figura de santos das igrejas. Uma se parecia com Nossa Senhora e a outra, que ainda desconhecia, figurava à de S. Judas Tadeu. Mais tarde minha mãe levou-a à Laranjeiras, para mostrar-lhe a imagem de S. Judas Tadeu na igreja de lá, e minha esposa reconheceu nele a entidade que ela vira no campo astral.
O "agente espiritual" explicou-lhe então que o pensamento tem poder criativo; e o mentalizar humano constante de uma certa imagem, cria a correspondente entidade no mundo astral. O poder que ela adquire provém, na verdade, da energia fornecida pela mente humana...

Eu visitava minha esposa diariamente no hospital, e ela me repassava a cada dia o que recebera através desse "agente espiritual", seja durante o dia ou à noite... Mas, na véspera de sua alta  do hospital, o "agente espiritual" comunicou-lhe que a tarefa junto a ela se completara, e ele tinha trabalho a fazer noutros lugares.

Ela perguntou se ele permaneceria junto dela, instruindo-a, e recebeu como resposta de que se um dia ela de fato precisasse, ele viria.  Ela quis saber o seu nome, e ele simplesmente disse: "Sou um sem nome, da Terra que não tem princípio nem fim"...

Anoitecera e, a janela do hospital, lhe permitia ver o céu estrelado. Viu então enorme estrela que se afastava e a voz dele dizendo: "Adeus, adeus"... Aquela estrela foi sua única forma manifestada durante todo o tempo... Após tornar-se cônscia, através dele, da necessidade espiritual de tornar-se vegetariana, seu organismo passou a rejeitar carne antes mesmo de sua alta do hospital. E minha opção consciente pelo vegetarismo ocorreu então aos 25 anos de idade...

Na manhã seguinte, fui buscá-la e voltamos para a casa de meus pais, onde morávamos provisoriamente, pois adquiríramos um pequeno apartamento em construção, e só poderíamos mudar quando ficasse pronto.

Decidimos, porém alugar logo outro apartamento no Flamengo, de frente para o jardim do Palácio do Catete, pois precisávamos afastar-nos da igreja para buscar nosso Caminho. E achamos por bem nada contar à família sobre nossas vivências internas; o apego à religião católica, dificultaria seu entendimento.

Na época, década de 1950, a Igreja católica não tinha respostas para esse tipo de experiências -, tudo era "um mistério de Deus". E decidimos sair em busca de outras respostas que nossas almas tanto ansiavam. Eu queria encontrar a Verdade, e íamos a vários lugares e palestras, sem encontrá-la...
"Buscai e achareis", porém é lei cósmica universal. Levamos ainda mais dois anos para achá-la; precisávamos talvez amadurecer o suficiente... Entretanto, a sabedoria do 'I Ching' nos incentiva: "Se você é sincero, terá o sucesso em seu coração". (Hexagrama, 49).

"O I Ching a todo instante insiste no autoconhecimento... Só ´é apropriado àqueles afeitos ao pensar, à reflexão e aos quais apraz meditar obre o que fazem e o que lhes ocorre" - diz Carl Jung. Esse foi um dos hexagramas que lhe saiu ao consultá-lo, e testificou: "Não se pode menosprezar grandes pensadores como Confúcio e Lao-tse... tampouco se pode ignorar o fato de que o I Ching era sua principal fonte de inspiração"... [Obra citada, p.23/24. Pensamento. 1993].
A vida,na verdade, é cheia de conexões imperceptíveis para nosso ego. Apesar de percalços e provações, estamos sempre amparados quando há a busca sincera de respostas. Entra-se então em sintonia, mesmo inconsciente, com o ser interior e Anjos da Sincronicidade, que nos direcionam para o bem maior.

Antes de casarmos, sugeri a minha noiva que deixasse o emprego como baby-sitter, em que o milionário sírio-libanês lhe pagava apenas 100 dólares mensais, para educar a filha. Recebera educação europeia, falava alemão, inglês, além de artes plásticas, música e a tocar piano. Merecia um trabalho mais condizente com suas aptidões, e foi trabalhar na Embaixada Americana do Rio de Janeiro.

Uma colega sua na Embaixada, iniciara contato com pequeno grupo de alunos do Lectorium Rosicrucianum, com sede na Holanda, e a falar sobre a filosofia rosacruciana. Minha esposa interessou-se e através de livros dessa Escola, ela reconheceu o seu caminho espiritual. Acompanhei-a e, em meio ao Curso de Informações, reconheci estar ali a Verdade que a alma ansiava. E naquele exato momento desceu a paz no meu coração, e a inexplicável nostalgia que sentia desde criança se apaziguou...
O fato aconteceu em 1956; não havia ainda o núcleo de trabalho no Rio de Janeiro da Escola Espiritual da Rosacruz Áurea. Sete anos mais tarde -, minha vida é sempre marcada por ciclos significativos de sete anos -, iríamos participar da I Conferência Internacional de Aquarius, em Renova-Holanda e de lá seguiríamos para outro Centro de Conferências, em Ussat-les-Bens no Vale do Ariége - Sul da França.

Ali surgiu a oportunidade de conhecer o platô druida de Montréalp-de-Sos, e às ruínas de um castelo templário, onde experienciamos inesperado "déjà-vu, e regressão espontânea à vida passada, entre os Cavaleiros do Santo Graal.  Só mais tarde descobri, qual tolo Parsifal, adentrara sem saber o lendário Castelo do Graal em 1963 aos 34 anos na veste física. Coincidência? Eles reverenciavam o número 34, talvez pelo simbolismo do 3 e 4: triângulo  e quadrado; Tri-unidade e Pedra Angular - Jesus Cristo.
Dezessete anos depois, graças a alunos alemães da Rosacruz Áurea e Anjos da Sincronicidade, foi nos dado retornar à Europa e França. Fomos à Carcassone, preservada como era 700 anos atrás. E aflorou registros espirituais do passado de minha parceira como monja cátara. Ela e outros monges cristãos, foram ali aprisionados como hereges e atirados vivos a um fosso de leões. Foi diante desse local que ela me descreveu o fato, em 1980.

Os cátaros, ao contrário dos padres da Igreja, eram vegetarianos como Jesus, que ensinava a seus seguidores abster-se de carne animal (Cf. 'Jesus Advertia Sobre Maltratar aos Animais' - 'O Evangelho dos Doze Santos'). Eles insistiam em pregar ensinos originais de Jesus, que "antes de nascer o homem já viveu" - contrariando a doutrina da Igreja que negava o renascimento. [Ver: ''O Renascimento da Alma' - 'O Evangelho da Vida Perfeita ou Evangelho dos Doze Santos'.].

Aquelas passagens foram extirpadas da Bíblia e reveladas a partir de 1981, pelo reverendo inglês, G. J. Richard Ouseley, que recebeu o manuscrito em aramaico, guardado há séculos num ashram budista na Índia, e o publicou em 1902. Depois foram encontrados, a partir de 1947, os manuscritos coptas de Nag Hammadi no Egito e escritos essênios nas grutas do Mar Morto... Ainda assim as pessoas se agarram à versão bíblica secular, preferindo ignorar os apócrifos!

Alonguei detalhes do relato. Mas como deixar de partilhar fatos significativos que podem despertar a consciência e incentivar você a buscar o propósito por trás de sua vida?! Saber inclusive, ou melhor, comprovar por si mesmo que os Anjos estão sempre prontos a nos ajudar procurando comunicar-se?!
"Essa comunicação não é reconhecida, no momento em que ocorre, como algo especial... pois o ego fará de tudo para negar a importância desses eventos ou comunicações casuais. Se o ego reconhecesse a importância e o poder dessas comunicações, então ele teria de admitir que existe uma parte do seu ser que está além da sua compreensão e além dos seus limites"...

"A fonte subjacente desse tipo de comunicação, desses raros momentos de intuição, poderia ser, assim como os poetas costumam dizer, um anjo sussurrando no ouvido de vocês". [Anjo Ariel, em 'Entrevista com um Anjo'].

Estranhas coincidências: Meus sogros que nasceram na Europa, falecerem em nossa casa; ele no Rio de Janeiro em 1959, e ela dezesseis anos depois em São Paulo, ambos de câncer terminal. Meu pai nascido no Brasil, no interior mineiro, após ser operado de câncer na próstata no Rio de Janeiro, pediu a Deus para passar os últimos dias junto aos filhos que, no fluxo do destino, foram morar no Algarve, faleceu aos 92 anos de idade, na Europa! São fatos que a mente do ego não pode explicar.

Finalizando: Se você teve a paciência de ler até aqui, talvez possa perguntar: "Quem rege tais acontecimentos, para além do controle e do entendimento limitado do ego?"- Jung, que evitava nomes metafísicos, mas teve vivências profundas com seu divino "Self", afirmou ser este quem constela tais eventos através da Sincronicidade... Você sabe como o 'Self' se manifestou a ele? Ver: 'CARL JUNG & O SELF: Sonho-Visão'.

Fundamentado nas experiências diretas de Jung e nossas pessoais com o 'Self', primeiro em 1954 quando respondeu à oração, dando-nos a "dica" do que teria de fazer para criar a possibilidade de minha parceira sobreviver à morte; e, mais tarde, em 1963 no Castelo do Graal Sul da França, ao manifestar-se como Energia-Amor, fluindo do âmago do santuário do coração e evocando indescritível coro de resposta imediata da Essência Divina em todas as coisas ao nosso redor, nas pedrinhas no chão e florzinhas na relva, das muralhas e montanhas graníticas dos Pirineus -, passei a chamá-lo, ao invés de 'Self', simplesmente de "Deus-em-nós"...

Luz, Amor e Paz! São nossos sinceros votos de Novo Ano, para você e todos os afins na Alma e no Espírito!
(Campos de Raphael).

"Quando acontece um casamento verdadeiro (o casamento como é visto no reino espiritual), duas almas se encontram, sem nenhum esforço de ambas as partes, e uma ativa na outra essa força, esse poder. Vocês costumam chamar a essa força de amor, mas é muito mais do que essa palavra pode expressar. O encontro entre essas duas almas torna possível a realização do destino de ambas... é uma experiência extremamente feliz e sagrada, pois é a celebração do encontro de duas almas que, nesse encontro, deram vazão ao potencial para viver a vida que lhes foi destinada". (Anjo Ariel). ['Entrevista com um Anjo', p. 134. Pensamento]. 

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 Abraço Angelical - Seja Bem-vindo!
Que o Senhor da Vida e seus Anjos:
"Sejam lâmpadas para os pés à iluminar vosso Caminho!"
] "A Divindade em mim, saúda a Divindade em você!"
Luz, Amor e Paz! (Campos de Raphael).
 Rio das Ostras/Rio de Janeiro. 31 de dezembro de 2015 ].

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