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“A mensagem essencial de Jung não pode ser vista como fenômeno contemporâneo, isolado... e sim como a culminação de uma tradição espiritual de grande antiguidade e relevância atemporal. Em suma, há de se tomar as percepções de Jung como uma das últimas e maiores manifestações da corrente de espiritualidade alternativa originária dos gnósticos”... (Stephan A. Hoeller - 'The Gnostic Jung and the Seven Sermons to the Dead'). [Cf. 'A Gnose de Jung', p. 70 - "Jung e o Novo Gnosticismo". Cultrix. 1991].
(*) Acorde! 'Caminhante das Estrelas'. "Antes de reencarnar na Terra, você fez um plano do que pretendia alcançar. Dentro desse plano, fez contratos com todas as pessoas de sua vida: um contrato com seus pais, irmãos, irmãs, parentes e amigos. Eles o ajudam a passar por tudo aquilo que você planejou realizar nesta vida". (Dolores Cannon. Hipnoterapeuta)... Essas palavras reafirmam o que já temos dito: antes de nascer escolhemos as lições de vida e relacionamentos com aqueles interligados a nós por laços kármicos. Ninguém nasce num certo dia, circunstância ou família ao Acaso. Tudo é parte do aprendizado constelado pelo nosso ser interior imortal ('Self'). E assim como o mapa astral indica influências planetárias do dia e hora em que você nasceu, as características do Anjo do Guarda que o acompanha desde o nascimento numa veste 'feminina' ou 'masculina', também revelam potencialidades, profissões e a personalidade que escolheu vivenciar. Por isso, cada existência é uma oportunidade de expansão da sua Consciência Divina... (Campos de Raphael).
Escolha abaixo uma música que aquiete a mente e 'fale' ao seu coração...
E a ouça durante sua leitura:
Carl Jung & O Self: O Sonho-Visão do Si-Mesmo - (C.G. Jung).
Introito: "Teorias são impermanentes; elas vem e vão"... O que me atrai em Carl Jung é o expressar de suas experiências pessoais, que possibilitam compreender fatos, vivências 'interiores' e acontecimentos 'exteriores'. Na verdade, tudo está interligado e constelado pelo nosso 'Self', ou Si-mesmo... (Campos de Raphael).
“Eu já sonhara
certa vez sobre as relações entre o Si-Mesmo ['Self'] e o eu. Nesse sonho de outrora eu
caminhava por um atalho; atravessava uma região escarpada, o sol brilhava e
tinha sob os olhos, à minha volta, um vasto panorama. Aproximei-me de uma
capelinha, à beira do caminho. A porta estava entreaberta e entrei”...
Para meu grande espanto não havia nenhuma estátua da Virgem, nem crucifixo sobre o altar, mas simplesmente um arranjo floral magnífico. Diante do altar, no chão vi, voltado para mim, um iogue na posição de lótus, profundamente recolhido.
Olhando-o de perto vi que ele tinha o meu rosto; fiquei estupefacto e acordei, pensando "Ah! Eis aquele que me medita. Ele sonha e esse sonho sou eu”. E sabia que quando ele despertasse eu não mais existiria...
“Tive esse sonho depois de minha doença [Experiência de Quase-Morte] em 1944. É uma parábola: meu Si-Mesmo entra em meditação, por assim dizer, como um iogue e medita sobre minha forma terrestre.
Poder-se-ia também dizer: ele toma a forma humana para vir à existência tridimensional, como alguém que veste um equipamento de mergulhador para lançar-se no mar [ou a veste espacial para lançar-se no Espaço].
O Si-Mesmo ['Self'], renunciando à existência no além, assume uma atitude religiosa, como indica a capela na imagem do sonho. Na forma terrestre pode fazer as experiências no mundo tridimensional e, com a consciência acrescida, progredir no sentido de sua realização.
A personagem do iogue representava, de algum modo, minha totalidade pré-natal inconsciente e o longínquo Oriente - como acontece frequentemente nos sonhos - um estado psíquico oposto à consciência e que nos é estranho. Como lanterna mágica, a meditação do iogue 'projeta' minha realidade empírica”...
“Em geral, aprendemos esta conexão causal em sentido inverso: descobrimos nas produções do inconsciente, símbolos de mandalas, isto é, figuras circulares ou quaternidades que exprimem a totalidade e, quando queremos exprimir a totalidade, utilizamos tais figuras.
Nossa base é a consciência-eu, um campo numinoso (*) que constitui nosso mundo e que está centrado num ponto focal: o eu...
(*) Numinoso: “Jung utiliza o termo para descrever o inefável, o misterioso e o assustador, bem como o 'completamente outro' na experiência divina do ser humano... A numinosidade está intimamente relacionada ao arquétipo; as imagens e os símbolos arquetípicos é que atuam de modo assustador sobre a consciência e o ego, provocando, ao mesmo tempo, uma expansão da consciência”... ['Léxico dos Conceitos Junguianos', p. 90. Edições Loyola].
“A partir deste ponto iluminado nosso olhar mergulha num mundo obscuro e enigmático, e não saberíamos dizer em que medida os traços e as sombras que ali discernimos são criação de nossa consciência, ou em que proporção elas possuem uma realidade própria. Uma observação superficial dá-se por satisfeita admitindo que a consciência cria estas sombras. Mas se olharmos mais de perto perceberemos que as imagens inconscientes não são em geral produtos do consciente.
Os sonhos tendem à inversão total das conexões entre a consciência do eu e o inconsciente, fazendo do inconsciente o criador da pessoa empírica. A inversão indica que, na opinião do “outro lado de nós”, nossa existência inconsciente é a existência real e que o nosso mundo consciente é uma espécie de ilusão ou uma realidade aparente forjada em vista de um certo objetivo, à semelhança do sonho que parece ser real quando nele estamos mergulhados”...
“Está claro que esta visão das coisas assemelha-se com a concepção do mundo oriental, na medida em que este crê na Maya [‘Ilusão’, no conceito budista]. (*Ver também o conhecido sonho da borboleta de Chuang-tse)... É indubitável que o Oriente atribuiu ao Si-Mesmo um valor divino e segundo a velha concepção do cristianismo o autoconhecimento é o caminho que conduz à cognitio Dei”...
Para o homem a questão decisiva é esta: você se refere ou não ao infinito? Tal é o critério de sua vida. Se eu sei que o ilimitado é essencial, então não me deixo prender a futilidades e a coisas que não são fundamentais. Se o ignoro, insisto que o mundo reconheça em mim certo valor, por esta ou aquela qualidade que considero propriedade pessoal: “meus dons” ou “minha beleza”...
“Quanto mais o homem acentua uma falsa posse, menos pode sentir o essencial e tanto mais insatisfatória lhe parecerá a vida. Sente-se limitado porque suas intenções são cerceadas e disso resulta inveja e ciúme. Se compreendermos e sentirmos que já nesta vida estamos relacionados com o infinito, os desejos e atitudes se modificam... só valemos pelo essencial e se não acedemos a ele a vida foi desperdiçada”...
[Cf. ‘Memórias’ (*), p. 280/81. C.G. Jung. Nova Fronteira. (*) Título original: 'Memories, Dreams, Reflections'. 1961, 1962 e 1963 by Random House].
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