“Vivemos várias vidas diferentes na Terra. A cada vez desempenhamos um novo papel, como atores numa peça de teatro. E aprendemos o que significa ser uma pessoa desempenhando esses diversos papéis. Às vezes somos soldados e matamos outros numa batalha, outras vezes somos mortos... Estamos simplesmente desempenhando nossos papéis para aprender”. (Norman Inge - Terapeuta). [Citado em 'Crianças e suas Vidas Passadas', p. 17].
(*) "Somos seres espirituais vivendo experiências na veste humana"... Ninguém nasce num certo dia e hora ao acaso como mostra o mapa astrológico e o oráculo angélico... A consciência da Alma-Espírito, porém, ao adentrar uma veste feminina ou masculina, esquece sua origem divina, a missão e/ou lições de vida para vivenciar no mundo espaço-tempo... Mas, as características do 'Anjo da Guarda do dia de seu aniversário', podem revelar as potencialidades e qualidades que você escolheu experienciar no 'campo quântico de possibilidades' e expandir a consciência do 'Self' imortal, figurado às vezes como "criança divina"... NOTE BEM: Embora a infância seja pré-determinada por fator kármico ou escolhas antes de nascer, é-nos dado a opção de mudar aqui o roteiro, na adolescência e vida adulta, rumo ao 'Bem Superior', ou para baixo, o 'Mal'. Tudo é aprendizado, sob a Lei: "O que homem semear, isso também colherá"... (Campos de Raphael).
Escolha abaixo uma música que aquiete a mente e 'fale' ao seu coração... Minimize, reabra o portal e a ouça durante a leitura:
‘Merlin’s Magic’. Angelic Heavenly. (1h:02).
INTRODUÇÃO: 'Crianças & Suas Vidas Passadas'.
Quando nascemos na veste humana, nossas experiências, traumas, etc., em vidas passadas, ficam como que no 'arquivo morto' de nosso microcosmo pessoal. Na realidade tudo permanece registrado nos chamados ‘arquivos akáshicos’ na aura do planeta, bem como na consciência de nosso ser profundo imortal – ‘Self’, ou Si-Mesmo, na terminologia junguiana. Tais registros podem aflorar numa viagem a outro continente, como ocorreu à minha irmã caçula, Maria Campos. Na verdade, vieram à tona na sua infância; quando começou a andar, agarrava-se à saia da mãe, estorvando-lhe os afazeres. E às vezes, impaciente, nossa mãe exclamava: “Ô menina! Vá amolar lá na China!”...
Acontece que, na sua vida adulta, o misterioso fluxo da sincronicidade levou Maria a trabalhar no Consulado Brasileiro na China... Logo que chegou à Pequim, porém não se sentiu em meio a outra raça ou país estranho; sentia-se perfeitamente segura e “em casa”... Muitos anos mais tarde, graças ao sobrinho Peter Littlejohn Cook ela viajou para a Índia. Durante um trajeto de trem, Maria viu certa cena que fez aflorar o registro de um trauma da infância naquele país: soldados a cavalo à sequestraram ainda menina, de junto de sua mãe. Reviveu o desespero de ser afastada à força do amparo materno, e entendeu na hora por que desde pequenina agarrava-se à mãe, temendo a repetição daquele fato...
E no texto que vamos repassar, uma mãe judia americana, Carol Bowman, conta-nos a estória de seu filho Chase, onde se verifica a alta importância de as mães observar e procurar compreender mais profundamente eventuais comportamentos não usuais de seus filhos. Por outro lado, o seu relato, quanto o nosso, mostra o absurdo da discriminação racial; nosso ser interior, ao longo de muitas vidas, já ocupou às mais variadas vestes em suas experiências no mundo espaço-tempo... Conheça agora a incrível história de Chase. (Campos de Raphael).
A Reencarnação de Chase – 'Crianças & Suas Vidas Passadas'.
“Certa tarde Norman Inge [terapeuta], Chase, Sarah e eu estávamos sentados à mesa da cozinha, comendo biscoitos e rindo das histórias que Norman contava. Algo me lembrou o medo irracional que Chase sentira, e pedi a opinião de Norman. Ele ouviu o meu relato e perguntou a Chase e a mim se queríamos fazer uma experiência”...
Embora não soubesse o que tinha em mente, confiava nele e sabia que seria sensível às limitações do meu filho. E como Chase tinha tanto desejo de resolver o problema quanto eu, ambos concordamos. Até aquele momento jamais havia imaginado que crianças pudessem lembrar de suas vidas passadas.
Ainda sentado à mesa da cozinha, Norman começou. Aquele momento, só depois pude perceber, foi o ponto crucial na minha vida.
“Sente no colo de sua mãe, feche os olhos e conte-me o que vê quando ouve o barulho forte que o amedronta”, disse Norman suavemente a Chase... Olhei o rosto sardento de Chase. Nada poderia ter-me preparado para o que iria ouvir...
Imediatamente, Chase começou a descrever-se como um soldado armado – um soldado negro adulto. “Estou de pé atrás de uma pedra. Empunho uma arma comprida com uma espécie de espada na ponta” [baioneta].
Meu coração batia tão forte que o ouvia pulsar, e os cabelos dos meus braços estavam arrepiados. Minha filha Sarah e eu nos entreolhávamos espantadas.
- “Como você está vestido?”, perguntou Norman.
- “Visto roupas sujas e rasgadas, boas marrons e um cinturão. Estou agachado atrás de uma pedra, atirando contra o inimigo. Estou na beira de um vale. A batalha se espalha à minha volta”.
Eu ouvia surpresa, Chase falando em guerra. Jamais se interessara por brinquedos de guerra e nunca tivera uma arma de brinquedo. Sempre preferira jogos e brinquedos de construir, e era capaz de passar horas se divertindo com blocos, Legos e trens de madeira. Seu tempo diante da televisão era estritamente limitado a ‘Vila Sésamo’ e ‘Mister Rogers’, e nenhum dos filmes de Disney que Chase vira retratava guerras...
“Estou atrás de uma pedra”, disse novamente. “Não quero olhar, mas tenho que fazê-lo ao atirar. Há fumaça e clarões por toda os lados. E barulhos fortes: gritos, urros e explosões fortes. Não tenho certeza do meu alvo – há muita fumaça no ar. Estou com medo. Atiro em tudo em tudo o que se move. Não me agrada estar aqui atirando em pessoas”...
Embora fosse a voz infantil de Chase falando, o tom era sério e maduro – não característico de um menino de cinco anos. Parecia sentir realmente o que sentia o soldado e pensar como ele. Não queria estar ali atirando em outros homens, realmente. Não era uma imagem glorificada nem da guerra nem do comportamento de um soldado.
Chase descrevia os sentimentos de um homem no calor de uma batalha, duvidando profundamente do valor de suas ações, aterrorizado, pensando unicamente em continuar vivo. Aqueles sentimentos e imagens vinham de algum ponto bem no seu íntimo. Aquilo não era invenção.
Até o seu corpo revelava quão profundamente vivenciava aquela passagem de sua vida. Enquanto descrevia-se atirando de trás da pedra, sentia seu corpo tenso no meu colo. Quando admitiu que não queria estar ali e atirar contras outras pessoas, sua respiração se acelerou e seu corpo se curvou como uma bola, como se tentasse se esconder e evitar o que via. Segurando-o, podia sentir seu medo.
Norman percebeu o sofrimento de Chase no papel de soldado que, para sobreviver, tinha que matar outros homens. E explicou a Chase, falando vagarosamente:
- “Vivemos várias vidas diferentes na Terra. A cada vez desempenhamos um novo papel, como atores numa peça de teatro. Aprendemos o que significa ser uma pessoa desempenhando esses diversos papéis. Algumas vezes somos soldados e matamos outros numa batalha, outras vezes somos mortos. Estamos simplesmente desempenhando nossos papéis para aprender”...
Norman enfatizava que não havia nenhuma vergonha em ser soldado. Assegurou a Chase que ele estava apenas cumprindo seu papel, mesmo que para isso tivesse que matar outros soldados na batalha.
À medida que meu filho ouvia Norman falar, seu corpo foi relaxando e sua respiração se regularizou. A angústia em seu rosto desapareceu. As palavras de Norman estava funcionando. Chase entendia e reagia àqueles conceitos universais...
Quando Norman percebeu que Chase havia se acalmado, pediu que continuasse nos contando o que via.
- “Estou agachado atrás da pedra. Fui ferido no pulso direito e o tiro partiu de um ponto acima do vale. Eu me arrastei para trás da pedra segurando meu pulso onde foi atingido. Estou sangrando e me sinto tonto... Um conhecido me tirou da batalha e me levou para o local onde levam os feridos – não é um hospital comum, apenas uma barraca aberta, com muitas estacas, cheia de material. Há macas de madeira no lugar de camas. São duras e desconfortáveis”.
Chase disse que se sentia tonto e podia ouvir o som dos tiros à sua volta enquanto faziam uma bandagem no seu pulso. Pouco depois, lhe ordenaram que voltasse para o campo de batalha, e ele voltou relutante.
“Estou voltando à batalha. Vejo galinhas na estrada e uma carroça puxando um canhão. O canhão está preso por cordas a uma carroça que tem grandes rodas”.
Chase disse que recebeu ordens de manejar um canhão numa colina que dominava o campo de batalha principal. Estava visivelmente contrariado com aquela ordem e repetiu que não queria estar ali. Disse que sentia falta da família. Ao mencionar sua família, Norman e eu nos entreolhamos intrigados. Porém, antes que pudéssemos saber mais, Chase começou a ficar irrequieto e disse que as imagens estavam desaparecendo...
Abriu os olhos, olhou em volta da cozinha, viu-nos e sorriu. O brilho infantil voltara ao seu rosto. Norman perguntou como se sentia. Chase respondeu alegremente que estava bem. Então, saltou do meu colo, pegou um biscoito e saiu para brincar.
Norman, Sarah eu ficamos nos olhando, de queixo caído. Segundo o relógio do forno, somente vinte minutos haviam passado desde que Norman pedira a Chase que fechasse os olhos. Parecia que horas haviam se passado.
Norman quebrou nosso silêncio de espanto pedindo mais chá. Falamos sobre o milagre que acabáramos de presenciar. Norman tinha certeza de que Chase se lembrara de uma vida passada. Explicou que uma experiência traumática numa vida pregressa, tal como ter participado de uma guerra, especialmente com uma morte traumática, pode causar uma fobia na vida atual.
Seria sua experiência de vida anterior na guerra a causa do enorme medo que Chase sentia de barulhos? Possivelmente. Norman disse que teríamos que esperar para ver se o medo desapareceria.
Admitindo que nunca trabalhar com criança tão jovem, surpreendeu-se com a facilidade que Chase reconstituiu a memória de sua vida passada. Não tinha sido necessária a indução hipnótica, como acontecia com sua clientela mais velha. Aparentemente, as memórias de Chase estavam mais próximas da superfície e só precisaram de um suave encorajamento para vir à tona...
Sarah, que absorvia tudo o que estava acontecendo em silêncio, se agitou na cadeira, mexendo os braços e disse: “O lugar em que Chase foi ferido no pulso é onde ele tem um eczema!”
Ela tinha razão. A localização da ferida que Chase descrevera era exatamente a mesma de uma persistente brotoeja que o afligia desde que era um bebê. Sempre tivera eczema no pulso direito. Sempre que ficava irritado ou muito cansado, coçava o pulso até sangrar. Sarah dizia que parecia que Chase queria “rasgar sua carne”, coçando sem parar aquele ponto.
Várias vezes enfaixei seu pulso para impedir que coçasse até sangrar. Sem uma bandagem, encontrávamos manchas de sangue no lençol quando Chase acordava. Levei-o a vários médicos por conta dessa coceira, mas os testes alérgicos, as dietas, as pomadas e unguentos de nada adiantaram.
Para nossa surpresa e alívio, poucos dias depois da regressão à vida como soldado, o eczema do pulso direito de Chase desapareceu completamente, e nunca mais voltou... O medo de barulhos altos também desapareceu. Fogos de artifício, explosões e estrondos nunca mais o amedrontaram.
“Na verdade, pouco após sua regressão, Chase começou a demonstrar grande interesse em brincar com tambores. Ganhou sua primeira bateria ao fazer seis anos. Hoje ele é um baterista convicto, e enche a casa com o estrondo de seus tambores”. [Extraído de ‘Crianças e Suas Vidas Passadas’, p. 16/20. Carol Bowman. Salamandra. Título original: ‘Children’s Past Lives’. 1997].
Nenhum comentário:
Postar um comentário