sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A DUPLA UNIDADE CÓSMICA - Relato de um Sonho-Visão.

“Somos parte da mesma Divindade que está presente em tudo, não só dentro de nós, como no âmago de todas as criaturas e em todas as coisas. Assim a Suprema Divindade, que alguns chamam de Deus e outros nomes, na verdade é um Único Ser, cuja divina Essência-Energia vivifica toda a Criação e interliga tudo no Universo, numa Perfeita Unidade”.
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A Dupla Unidade Cósmica. Um Sonho-Visão.
(Relato de Campos de Raphael).

Sonhei que buscava uma sensitiva para uma consulta espiritual e certa jovem me indicou a moradia de uma pitonisa. Esta, era uma mulher de cerca de 40 anos, e logo ela me olhou com olhar profundo, e disse não perceber em mim uma consulta em busca de interesses de ordem material. E confirmei que, na verdade, desejava uma orientação interior.

Levou-me então a um santuário no alto de certa colina rochosa; ali, numa grande pedra figurando um ‘C’, havia uma pequena gruta, cujo recôncavo formava um santuário natural, protegido de sol e chuva, onde nos sentamos na posição de lótus. Dali, podíamos observar os arredores pela abertura. Mal iniciáramos a conversa sobre assuntos espirituais, quando percebemos um grupo de homens ameaçadores, armados de bastões de madeira, que subiam a colina em nossa direção, com a intenção clara de agredir e talvez matar-nos.
Calmamente, porém ela me disse para não ter receio, pois permaneceríamos invisíveis para eles. De fato os homens não nos viram e como que atravessaram por dentro de nossos corpos e desapareceram de vista.

Assim que tudo se aquietou, ela evocou então seus companheiros espirituais, e estes surgiram fisicamente em fila indiana dentro da gruta, ao lado esquerdo de onde nos sentávamos. Pareceu-me serem sete ou nove indivíduos de aparência comum, mas diversificada. O que estava à frente, como que liderando o grupo, era mais alto e de aparência mais robusta que os demais, e saudou-me, dizendo:
“Você é parte de nós e nós somos parte de você. Somos parte da mesma Divindade que está presente em tudo, não só dentro de nós, como no âmago de todas as criaturas e em todas as coisas. Assim a Suprema Divindade, que alguns chamam de Deus e outros nomes, na verdade é um Único Ser, cuja divina Essência-Energia vivifica toda a Criação e interliga tudo no Universo, numa Perfeita Unidade”...

Após essas palavras ele e todo o grupo se retirou, inclusive a pitonisa, deixando-me só no santuário. Veio-me então o impulso de procurá-la em sua morada, onde a encontrara pela primeira vez, mas pensei chegar ali invisível. Quando dela me aproximei, porém ela percebendo minha presença, estendeu as mãos e foi entreabrindo os véus um por um que me envolviam até que pôde, por fim, abraçar-me amorosamente.
A seguir, houve uma experiência de amplexo espiritual em que os nossos corpos sutis se fundiram num só, onde o feminino e o masculino se entrelaçavam numa perfeita união, tornando nós dois num só Ser - uma dupla unidade cósmica, divina...

Acordei sentindo ainda vivamente aquele sonho-visão, quando associei que aquela união de almas representava a oitava superior de um grupo espiritual no qual eu fôra acolhido como nono componente. Olhei então o relógio; eram cerca de 4.30 hs. da madrugada de sábado, dia 02.02.2013...

Agora me pergunto: Como descrever uma experiência que está mais além de nossa limitada mente racional humana, sem recorrer ao seu aspecto simbólico? - A explicação junguiana talvez nos possa dar a resposta: “O espiritual como masculino se une com o psíquico como feminino... na união de Tipheret e Malchut” (‘Mysterium Coniunctionis’ § 321. C.G. Jung). Aqui, o homem, o elemento masculino, representa o espírito, e a mulher, o elemento feminino, a alma, e os dois se tornam um só, como divina Alma-Espírito.

Estou bem distante da estatura espiritual de Carl Jung, mas ele fala de sua própria experiência espiritual em suas ‘Memórias’,  associando-a ao aspecto metafórico do matrimônio sagrado (hierósgamos) de Tipheret e Malchut, da Cabala. Trata-se, na verdade da mesma alegoria sagrada das Bodas da Alma-Espírito, descritas nas escrituras hindus e cristãs, como na Alquimia e em ‘O Casamento Alquímico de Cristão Rosacruz’...
Luz, Amor e Paz! (Campos de Raphael).

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