ANJOS, ARCANJOS & CRISTIANISMO MÍSTICO ROSACRUZ - (Max Heindel).
"Uma semente de carvalho plantada no solo não se converte numa árvore majestosa de noite para o dia, pois requer muitos anos de lento e persistente crescimento antes de alcançar a altura que têm esses gigantes das florestas. Um homem não se converte num Anjo pelo simples fato de morrer e entrar num novo mundo, assim como um animal não se transforma num homem por semelhante processo. Mas, com o decorrer do tempo, tudo o que vive sobe a Escada do Ser, que vai do barro até Deus"... (Max Heindel). ['Os Mistérios Rosacruzes', p. 48/49. Pensamento].
"Durante as primeiras épocas e períodos as Grandes Hierarquias Criadoras trabalharam sobre a humanidade conforme esta inconscientemente evolucionava. Havia então unicamente uma consciência comum, por assim dizer, a todos os seres humanos -, um espírito-grupo para toda a humanidade".
Na Época Lemúrica deu-se um novo passo, os corpos haviam se formado definitivamente, porém deviam ter sangue vermelho, quente, antes que pudessem conter uma alma, e converter-se em moradias de espíritos internos.
Na natureza nenhum processo é repentino. Equivocar-nos-íamos imaginar que um simples alento soprado nas narinas pudesse introduzir uma alma numa forma de barro, e animá-lo para a vida, como um ser sensível e pensante.
O espírito individual era muito débil e impotente, completamente inabilitado para a tarefa de guiar um veículo denso. E nesse respeito não é muito forte ainda hoje. Para qualquer observador qualificado é evidente que o corpo de desejos governa a personalidade, muito mais do que o espírito, ainda em nosso estágio de desenvolvimento.
A meados da Época Lemúrica, porém, quando a personalidade inferior - o tríplice corpo - devia ser imbuído com a luz do Eu divino, este último, caso fosse abandonado a si mesmo, teria sido completamente impotente para dirigir seu instrumentário.
Foi necessário, portanto que alguém, muito mais evoluído ajudasse o espírito individual, e gradualmente lhe preparasse o caminho para a união completa com seus instrumentários. Era algo semelhante ao que sucede com uma nova nação sobre a qual, até se que se torne capaz de criar um governo estável por si mesmo, se estabele o protetorado de uma potência mais poderosa, que a resguarda dos perigos exteriores, assim como das imprudências internas.
Um protetorado semelhante foi exercido sobre a humanidade nascente pelo Espírito de Raça, e é exercido sobre os animais pelo Espírito-grupo, de uma forma algo diferente...
Jehová é o mais elevado. É o Deus de Raça, por assim dizer, tendo domínio sobre todas as Formas. É o Legislador-chefe, e o Poder mais elevado na conservação da forma e no exercício de um governo ordenado sobre ela.
Os Arcanjos são os Espíritos de Raça, tendo cada um deles domínio [ou regência] sobre certo povo. Também têm domínio sobre os animais, enquanto que os Anjos [Devas] têm sobre as plantas.
Os Arcanjos têm domínio sobre as Raças e povos, e também sobre os animais, porque esses dois reinos têm corpos de desejos, e os Arcanjos são como que especializados arquitetos em matéria de desejos, porque no Período Solar o globo denso era composto desse material, e a humanidade desse Período Solar, que são agora os Arcanjos, aprendeu a construir seus veículos mais densos de matéria e desejo, assim como químicos, que compõem o Globo Terrestre...
Assim é que podemos compreender perfeitamente que os Arcanjos estão especialmente capacitados para auxiliar as ondas de vida posteriores, através do estágio em que essas ondas de vida aprendem a construir e a dominar um corpo de desejos.
Por razões análogas, os Anjos agem nos corpos vitais do homem, dos animais e das plantas. Seus corpos mais densos são compostos de éter, pois dele era composto o globo do Período Lunar, quando eles eram humanos.
Jeovah e seus Arcanjos mantêm, por isso uma relação semelhante, com respeito às raças, ao do espírito-grupo com respeito aos animais... Quando os membros individuais de uma raça desenvolveram completamente o domínio e governo sobre si mesmos emancipam-se da influência dos Espíritos de Raça e seres afins.
Como temos visto, o ponto de apoio do espírito-grupo, como o de qualquer Ego no corpo denso, está no sangue. O texto massorético mostra que o autor do Leviticus possuia esse conhecimento... No versículo 14 do capítulo 17, proibiu-se ao judeu comer sangue, porque "a alma de toda carne está no sangue" - [na Bíblia oficial, aparece a palava 'vida' no lugar de 'alma', mas o termo original hebraico é neshamah, que significa 'alma', e não 'vida'].
E no versículo 11 do mesmo capítulo encontramos estas palavras: "porque a alma da carne está no sangue"; o próprio sangue serve de mediador para a 'alma', o que indica que isto se aplica ao homem e ao animal, porque a palavra empregada aqui, no hebraico é - neshamah, que significa 'alma', e não 'vida', com o se traduz na versão do Rei Jaime...
O Ego trabalha diretamente através do sangue. Os Espíritos de Raça guiam as raças agindo sobre o sangue, assim como espírito-grupo dirige os animais de sua espécie por meio do sangue.
E assim também governa o Ego seu veículo, porém com uma diferença. E Ego age por meio do calor do sangue, enquanto que o Espírito de Raça (isto é, ed tribo ou família) age por meio do ar, conforme é inalado pelos pulmões. Esta é a razão por que Jehová e seus Mensageiros "sopraram nas narinas do homem", assegurando assim a admissão do Espírito de Raça, dos Espíritos de Comunidade, etc.
As diferentes classes de Espíritos de Raça dirigiram seus povos a vários climas e a diversas partes da Terra. O clarividente treienado vê o Espírito da Tribo como uma nuvem que envolve e compenetra toda a atmosfera da terra habitada pelo povo que está debaixo do seu domínio. Assim formavam-se os diferentes povos e nações.
São Paulo fala do 'Príncipe do Poder do Ar', de principados e poderes, etc. demonstrando assim que conhecia os Espíritos de Raças, porém nem hoje se procura compreender o que eles significam, ainda que se sinta sua influência mui fortemente. O patriotismo é um dos sentimentos emanados e alimentados por eles. Mas já não têm tanto poder sobre o povo como antigamente.
Há já alguns anos que se vão libertando do Espírito de Raça, e podem dizer como Thomaz Paine: "O mundo é nossa pátria". São aqueles que podem desligar-se de seu pai e de sua mãe, considerando a todos os homens como irmãos. Estão se libertando do Espírito de Família, ou de Casta, que diferentemente do Espírito de Raça, é uma entidade etérica.
Outros, ao contrário, que ainda estão enredados profundamente na influência do Espírito de Raça, ou de Famíla, sofrerão a mais terível depressão se deixam seu lar ou país, e respiram o ar de outro Espírito de Raça, ou de Família.
Quando o Espírito de Raça entrou nos corpos humanos do Ego individualizado, começou a exercer um ligeiro domínio sobre os seus veículos. Cada entidade humana foi-se fazendo mais e mais consciente de ser uma entidade separada e distinta de qualquer outro homem, ainda que durante muito tempo não pensasse de si mesmo como um um indivíduo - em primeiro lugar -, mas sim como pertencente a uma tribo, ou familia...
O sufixo 'son' ('filho', em inglês) de muitos sobrenomes atuais, é um resto desse sentimento. Um homem não era simplesmente 'João', ou 'Jaime', mas sim - João Robertson ou Jaime Williamson... Em alguns países a mulher não era 'Mary', ou 'Martha', e sim - Mary Marthasdaughter (daughter, em inglês: filha). Este costume continuou em alguns países da Europa desde algumas gerações até agora, e o sufixo 'son' permanece conosco, sendo o nome de família ainda muito considerado.
Entre os Judeus, ainda no tempo de Cristo, o Espírito de Raça era mais forte do que o espírito individual. Cada judeu pensava em si primeiramente como pertencente a certa tribo, ou família. Sua maior honra era ser "semente de Abraham". Tudo isso era obra do Espírito de Raça.
Anteriormente ao aparecimento de Jehová, quando a Terra era ainda parte do Sol, havia um Espírito-Grupo-Comum, composto de todas as Hieraquias Criadoras, que governava a toda a família humana, porém, como se desejava que cada corpo fosse o templo e o instrumento adáptável de um espírito interno, isto significava uma divisão infinita de Guias.
Jehová veio com seus Anjos e Arcanjos, e fez a primeira grande divisão em Raças, dando a cada grupo, como guia, a influência de um Espírito de Raça, um Arcanjo. E destinou para cada Eu divino um Anjo, para que agisse como gujarfdião, até que o Espírito individual fosse suficientemente forte para emancipar-se de teoda influência externa...
Cristo veio para preparar o caminho da emancipação da humanidade da liderança dos separatistas Espíritos de Raça, e de Família, para reunir toda a Família Humana, numa Fraternidade Universal.
Ele ensinou que a 'semente dfe Abraham' se referia unicamente aos corpos, e chamou a atenção para o fato de que antes que Abraham vivesse, o Eu divino, já existia. O Espírito individual tríplice inicou sua existência antes de todas as Tribos e Raças, e subsistirá ainda quando estas tenham passado, e ainda mais, até quando não reste nem a memória delas...
O tríplice Espírito no homem, o Eu divino, é o Deus interior, que o homem corporal, pessoal [ego], deve aprender a seguir. Portanto, Cristo disse que para ser Seu discípulo o homem deve abandonar tudo o que tem. ["Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome sua cruz e siga-me". Lucas 9.23]. Seu ensino se dirige à emancipação do Deus interno - [Deus-em-nós].
E incita o homem a exercer sua prerrogativa como indivíduo e a elevar-se sobre a família, a tribo e a nação. Não ensinou que se deva desconsiderar sua classe ou seus pais. O homem deve cumprir todos os seus deveres, porém deve cessar de identificar-se com uma parte, reconhecendo seu igual parentesco com todo o mundo. Este é o ideal dado à humanidade por Cristo"... [Extraído de 'Conceito Rosacruz do Cosmos' ou 'Cristianismo Místico', p. 238/241. Max Heindel. Editado pela Fraternidade Rosacruciana São Paulo. 1963].
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[ Rio das Ostras/Rio de Janeiro]. Março, 20.2015].