sexta-feira, 25 de maio de 2012

SOMOS PARTE DE UMA TEIA DIVINA - (Portais da Consciência. 1).

“Reconheço que há um mundo mais além dos meus sentidos físicos, uma verdade mais além do meu intelecto, uma sabedoria além da lógica, uma força além dos meus limites, e um sereno desígnio [por trás da vida], apesar de quaisquer aparências desanimadoras”. (David Richo). [Cf. ‘Milagres Inesperados’, p. 190. Pensamento].V. tem um anjo-guardião! Clic e saiba o seu!

INTROITOS:

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Vídeos em destaque:
'ANJOS & ALIENÍGENAS'.
'ANJOS BONS E ANJOS CAÍDOS'. (1).
'O Homem Que Plantava Árvores' - (Video premiado, legendado).Nosso Pequeno Mundo: 'O Pálido Ponto Azul'. (Legendado). 

 Mude seu olhar: ‘Alma Humana’ (Ana D’Araujo, psicoterapeuta).
Prefácio:
Russel Noyes, catedrático de Psiquiatria da Universidade de Iowa, realizou um estudo em 1971, com base num acervo de informações e relatos autobiográficos de pessoas que sobreviveram à morte, entre elas algumas notáveis, como Carl Gustav Jung.
Noyes pôde constatar que em todas as experiências havia significativas coincidências, e observou três etapas sucessivas. A primeira, a que denominou ‘resistência’, se caracteriza por ser aquela em que se detecta o perigo, o medo da morte, a luta para salvar a vida e, por fim, se aceita a morte. A esta se segue a ‘análise da vida’, durante a qual o indivíduo revive recordações importantes ou experimenta a repetição condensada e panorâmica da trajetória da sua vida. Durante a última etapa, entra-se em estados de consciência místicos, religiosos ou “cósmicos”.
“O relato que aqui apresentamos pode servir para esclarecer a análise feita por Noyes. Trata-se da descrição feita por uma jovem sobre seu acidente automobilístico, e dos estados interiores que dele decorreram. O carro ficou sem freios numa autoestrada, derrapou sobre a pista molhada, e foi batendo em outros carros e por fim se estatelou contra a traseira de um grande caminhão”...
 
Luz. Amor e Paz! (Campos de Raphael).
 SOMOS PARTE DE UMA TEIA DIVINA -  (Relato).
 
“Você já é aquilo que tem buscado em todas as suas vidas,
de diferentes modos, em diferentes caminhos.
Mas você nunca olhou para dentro”.  (Osho).

“Durante o curto espaço de tempo em que o carro esteve em movimento, tive a sensação de que tinham-se passados séculos. Rapidamente, passei do pânico e do temor pela minha vida à plena consciência de que iria morrer"...

Foi então que, ironicamente, tive a sensação de paz e serenidade mais profunda da minha vida. Foi como se tivesse viajado desde a periferia do meu ser, do corpo que me continha, para o centro de mim mesma, um  lugar imperturbável, completamente silencioso e tranquilo.

“O mantra que eu utilizava em meditação abriu caminho em minha mente e se projetou automaticamente, com uma facilidade que eu jamais havia experimentado. Pareceu que o tempo desaparecia, enquanto via sequencias da minha vida projetadas diante de mim como um filme, com muita rapidez, mas surpreendentemente detalhadas.
“Quando atingi o momento da morte, pareceu que me encontrava diante de uma espécie de cortina opaca. O ímpeto da experiência me levou, ainda em completa calma, ao outro lado da cortina e percebi que não tinha sido o final, mas apenas uma transição...
“Só posso descrever o que ocorreu em seguida dizendo que, fosse o que eu fosse naquele momento, me senti transportada para um distante e envolvente continuum, muito além daquilo que anteriormente acreditava ser a morte. Foi como se a força que tinha-me levado até a morte e a tivesse ultrapassado seguisse me conduzindo através de horizontes que se abriam diante de mim.
“Foi este o momento em que o carro se chocou violentamente contra o caminhão. Quando se deteve, olhei ao redor e percebi que, por algum milagre, eu ainda estava viva. Algo admirável então aconteceu"...
“Enquanto estava sentada no meio daquele labirinto de metal, notei que meus limites individuais começavam a se desvanecerem. Comecei a me fundir com tudo o que me rodeava: os policiais, os restos do automóvel, os trabalhadores que tentavam me libertar com alavancas, a ambulância, as flores do bosque que havia por perto e as câmeras de televisão.
“Pude ver e sentir minhas feridas em algum lugar em mim, porém pareciam não ter nada a ver comigo; eram simplesmente parte de uma teia que se estendia e que continha muito mais do que o meu corpo. A luz do sol era extraordinariamente brilhante e dourada e o mundo inteiro parecia irradiar um lindo resplendor. Senti-me feliz e exuberante, mesmo no meio da catástrofe que me rodeava, e continuei neste estado durante vários dias no hospital...

“O acidente e a experiência a que ele me conduziu transformaram completamente a minha visão do mundo e o modo de compreender a existência. Anteriormente, nunca me mostrara muito interessada sobre temas espirituais. O conceito que eu tinha da vida era o de que ela era algo que ocupava um espaço entre o nascimento e a morte.
“A ideia da morte sempre me havia assustado. Sempre acreditei que ‘somente atravessamos a vida uma vez’ [conceito judaico-católico], e depois já não haveria nada. Em consequência, acompanhou-me o temor de não ter tempo para fazer tudo o que eu me havia proposto na vida.
“Agora, concebo o mundo e meu lugar nele de maneira muito diferente. Creio que a definição do meu ser vai mais além dos limites de um corpo físico situado num espaço de tempo limitado. Sei que faço parte de uma teia maior, sem barreiras e criativa, que pode ser qualificada de divina”... [Cf. ‘Além da Morte’, p. 9/11. Edições Del Prado].
 Luz, Amor e Paz! (Campos de Raphael)

sábado, 19 de maio de 2012

O ANJO DE NICK - Relato. (Lorna Byrne).

Veja tb. (Clic): 'ANJOS & ALIENÍGENAS'. (Vídeo).
'ANJOS BONS E ANJOS CAÍDOS'. (Vídeo 1).

V. sabia? Carl Jung descobriu que "agentes espirituais" atuam por trás do Oráculo de o 'I Ching'. E sabe que esses "anjos da Sincronicidade", além de propiciar as 'coincidências significativas' , podem ajudar-nos através das Cartas do Tarot?!

V. precisa de orientação angélica? Experimente pedir ao seu anjo guardião para obter a resposta sincera através do Tarot! (Clic): Tarot da "estrela-guia" - é gratis!

Amplie seu conhecimento:
(Clic) Mude seu olhar: ‘Alma Humana’ (Ana D’Araujo, psicoterapeuta). Vídeo.

"Qual o Nome do Meu Anjo?”  - Relato de Lorna Byrne (*).
(*) Lorna Byrne, desde bebê via e se comunicava com os anjos, mantendo o fato em segredo até aos 55 anos de idade. E por sugestão deles, passou a compartilhar os ensinos angélicos e suas experiências através de 'Anjos em Minha Vida’...
  
"Ouvi um homem chamar e fui atender. Ele saiu do carro, e dentro estavam uma mulher e uma criança. Ele perguntou se aquela era casa certa e eu sorri e respondi:
- Não sei. Quem você  está procurando?"
- A curandeira – respondeu ele. – Minha mulher não está bem.
Sorri, mas me senti insegura. Sabia que procurava por mim, mas nunca fôra chamada de curandeira antes. Fiquei desconcertada com isso – não me sentia digna. Dei um suspiro e respondi:
- Sim, é a casa certa. Por favor, entre.
Fomos para a cozinha. Eles se apresentaram como Fintan e Peg, e o filho se chamava Eamon. O menino ficou do lado de fora brincando com as crianças, as galinhas e a cachorrinha. Essa era a primeira vez que me procuravam em casa pedindo ajuda. Nunca descobri quem os encaminhou para mim ou quem lhes dissera que eu era curandeira. Entretanto, eles seriam os primeiros de muitos...
Anos depois reencontrei Fintan; ele me disse que quando viu a casinha com as crianças, a cachorrinha e as galinhas, soube que estava no lugar certo. Explicou também que a saúde de sua mulher melhorou bastante depois da visita.

Um dia recebi uma ligação de uma muher chamada Josie. Seu filho tinha câncer e ela procurava ajuda. Ela também me pediu que eu visse outra criança com câncer, de uma outra família, e assim marcamos o encontro para a segunda-feira seguinte pela manhã.

Nesse dia, às 10h45, um carro se aproximou do portão. Abri a porta e recebi a família. Trocamos apertos de mãos e, ao nos dirigirmos para a cozinha, o pai disse que se chamava Dermot; sua esposa, Susan; e o filho, Nick. Nós nos sentamos à mesa da cozinha e enquanto conversávamos Nick ficou se distraindo com alguns brinquedos que tinham trazido. Depois de alguns minutos, ele sorriu para mim e disse:

- Pare de falar, mãe, e deixe Lorna me abençoar e me dizer o nome do anjo que vai me ajudar a ficar bom. Aí eu posso ir para o quintal brincar.
O pai lhe disse para ser paciente, mas eu respondi que estava tudo bem.
- Farei o seguinte: vou abençoar Nick, impor minhas mãos sobre ele em oração e indagar o nome do seu anjo. Nick, sente-se no colo do seu pai.
Ele fez o que pedi.
- Nick, não há garantia de que seu anjo da guarda me dirá o nome dele. Você vai ter que orar comigo também e pedir ao anjo que abra sua mente e seu coração. Quando eu terminar, poderá ir brincar no quintal, para que eu possa conversar com sua mãe e seu pai.
Dei uma olhada nele e pedi a Deus que me mostrasse onde se localizava o câncer. Eu conseguia vê-lo, mas não disse a ninguém onde estava. Era realmente muito agrssivo e pensei comigo mesma: “Oh, Deus, se ele viver, será uim milagre”.
Ocorreu-me o pensamento de que talvez Nick não devesse viver, que sua missão nesta vida era se aproximar de Deus e conhecer seu anjo. Também me ocorreu que isso pudesse fazer parte da trajetória de sua família.
À medida que eu orava por Nick, pedindo a Deus que concedesse o milagre de sua cura, seu anjo guardião apareceu por alguns minutos. Disse-me que o milagre não seria concedido e que deveria dizer aos pais dele que aproveitassem cada momento que pudessem com o filho, pois o tempo era precioso. Avisou que não mencionasse que o menino morreria, pois eles não suportariam essa notícia. E eu deveria dizer ao menino o nome de seu anjo.
Nick permaneceu sentado tranqüilamente no colo do pai enquanto eu orava e, quando terminei e o abençoei, ele saltou perguntando:
- Qual o nome do meu anjo?
- Volte para o colo do seu pai para que eu possa lhe dizer o nome dele e como ele é. Nick, seu anjo da guarda é magnífico. Suas roupas parecem cintilar em todas as cores e ele tem um manto que está constantemente se movendo. Ele usa botas verdes brilhantes, do verde mais bonito que já vi. Elas vão até o joelho e têm fivelas quadradas grandes e prateadas. Ele traz um cinto dourado na cintura com outra fivela prateada.
Nick ficou sentado no colo do pai completamente imóvel, sem tirar os olhos de mim. Dava para ver a emoção dele à medida que eu ía descrevendo seu anjo.
- Seu cabelo é vermelho como o fogo – continuei -, e seus olhos são como duas estrelas. Ele tem na mão esquerda algo que parece uma espada, mas, na verdade, é uma varinha de luz cintilante. Disse que, quando você se sentir mal, basta pedir e ele o tocará com sua varinha de luz e fará você se sentir melhor.
Nick saltou novamente e perguntou:
- Posso ir lá fora brincar agora?
O pai levou o menino até aonde meus filhos estavam. Sua mãe, agora sozinha comigo, começou a chorar e perguntou:
- O que o anjo disse?
Acho muito difícil quando os pais me perguntam isso e a resposta não é boa. O que posso dizer? Às vezes reagem questionando: “O que eu fiz de errado? Será que cometi algum pecado? Deus está me castigando?”
 
Precisamos entender que esse é o nosso caminho, a jornada que nossas almas escolheram muito antes de virmos para este mundo. A alma de Nick escolhera isso antes dele nascer. Ela havia decidido que ele morreria jovem e que realizaria tudo o que precisava na infância. E as almas de seus pais optaram por perder um filho pequeno, mesmo sem se lembrarem disso. Esquecemos a maior parte das coisas que sabemos e consentimos no momento da concepção.
- Olhe para seu filho – respondi. Observe a crença e a fé que Nick possui. Ele não tem medo de se curar, mas também não tem medo de voltar para Deus. Ouça-o. Ele vai lhe dar muitas lições.
Quando o pai de Nick voltou, conversei com os dois por alguns minutos. Contei a eles que os anjos recomendaram passarem o maior tempo possível com o filho.
Eu sempre recebia notícias da família. Toda vez que Nick era internado ou passava mal, ele solicitava ao pai ou à mãe que me telefonasse para pedir que seu anjo usasse a varinha de luz. Logo depois eles me ligavam contando que a dor cessara. Nick podia, naturalmente, pedir ele mesmo ajuda a seu anjo da guarda, mas eu descobriria mais tarde que as crianças doentes costumam pedir aos pais que me liguem. Talvez isso as deixem mais seguras.
Certa vez, quando Nick estava convalescente, disse aos pais que queria me ver. Ele insistiu para falar comigo a sós e pediu que eles aguardassem no carro. Nick me contou que conversava o tempo com seu anjo e que este lhe dissera que em breve o levaria para o Céu.
Nick respondera que por ele não havia problema, pois já tinha 9 anos. Mas quando contou aos pais que iria para o Céu em breve, eles lhe disseram que não queriam ouvir aquele tipo de conversa. E Nick me disse que sua mãe não parava de chorar.
- Eu digo que não me importo de ir para o Céu, que está tudo bem, ela porém não me ouve.
- Nick, você gostaria que eu conversasse com eles?
- Gostaria, Lorna. Você pode fazer isso?
Dei um abraço forte nele e respondi:
- Vou orar por você agora, abençoá-lo e conversar com Deus e seu anjo. Perguntarei a eles o que devo dizer a seus pais. E vou pedir aos anjos deles que os ajudem a levar você para o Céu quando chegar a hora.
Oramos juntos e abençoei Nick. Depois, fomos até o carro e convidei os pais, Dermot e Susan, a entrar. Nossa cadela, Heidi, havia tido filhotes, e Nick brincava alegremente com Ruth e os cachorrinhos no quintal, debaixo da árvore. Sorri ao vê-los. Os pais cobriram Nick de paparicos, mas ele pediu que o deixassem brincando e que entrassem para conversar comigo e ouvir o que seu anjo dissera.
Susan mem olhou preocupada quando nos sentamos na cozinha. Conversei com eles com muita delicadeza. Contei que Nick me dissera que seu anjo iria levá-lo para o Céu em breve. Pedi a eles que, dentro do possível, tentassem ser fortes e ouvir o filho, além de passar o máximo de tempo possível com ele dali por diante. Eles choraram abraçados, aos soluções. Foi muito comovente.
Por fim, o casal desabafou. Disseram que, nos últimos meses, Nick andava falando que seu anjo iria levá-lo para o Céu, mas eles não aceitavam a ideia. Estavam um pouco envergonhados por Nick precisar de mim para pedir a eles que o escutassem. Abracei os dois, abençoando-os, e eles foram embora.
Poucos dias depopis, Ruth entrou na cozinha e me disse:- Mamãe, você se lembra daquele menino com quem brinquei no quintal outro dia? Gostei dele. É legal. Como é o nome dele?
- Nick – respondi.
- Sei que ele está doente, mamãe. Mas vai ficar bom?
- Não, ele vai para o Céu.
Vi lágrimas nos olhos de minha filha, que depois disse:
- Isso não é justo! Ele é um garoto tão legal!
Dei um forte abraço em Ruth e fiquei segurando-a em meus braços por algum tempo. Depois ela disse que já estava bem e saiu para fazer o dever de casa.
Meses depois, Nick adoeceu gravemente e foi internado várias vezes. Com frequência os pais me ligavam dizendo que o menino pedira minha ajuda para que seu sofrimento acabasse. Sempre acabava e eu agradeci a Deus por aquele milagre.
 
Um dia, contudo, Susan me ligou para dizer que Nick falecera na noite anterior. Pedi a ela que se lembrasse de que Nick é uma linda alma no Céu e que ele estará ao lado dela quando precisar.
É difícil explicar o efeito que Nick exerceu sobre os pais e seus irmãos. Eles perderam um filho e um irmão, no entanto foi como se a doença dele tivesse despertado a família inteira. Nick lhes demonstrou muita compaixão e amor. Parecia que Deus havia brilhado através daquela criança. Ele era diferente. De certa forma, era como um anjo, lançando luz sobre todos os que entravam em contato com ele.
Quando vamos a um hospital infantil, vemos crianças gravemente doentes que, apesar disso, estão felizes, cheias de amor. Poucas são amargas ou ressentidas. É como se estivessem ali para nos mostrar sua luz. A sabedoria das crianças é fascinante. Aquelas que sofrem doenças terminais se tornam muito espiritualizadas e amadurecidas.
“As crianças são fontes de sabedoria, e todos nós deveríamos escutá-las com mais freqüência”...
[Cf. ‘Anjos em Minha Vida’, p. 212/17. Lorna Byrne. Sextante. 2010].
Luz, Amor e Paz! (Campos de Raphael).

domingo, 13 de maio de 2012

DIA DA MÃE TERRA - (Manifesto do Chefe Seattle).

  "Esta terra é sagrada para nós... Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?” - (Chefe Seattle).


 
Veja tb. (Clic): 'ANJOS & ALIENÍGENAS'. (Vídeo).

DIA DA MÃE-TERRA - (Textos de 'O Manifesto do Chefe Seattle').
"Cada pedaço desta terra  sagrado para o meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho"...

Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho [e de todos nós].
Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem - todos pertencem à mesma família...
Esta terra é sagrada para nós. Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar às suas crianças que ela é sagrada e cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de nossos ancestrais.

Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos, e seus também. E, portanto, devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão...

Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção da terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo que o interessa. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda.

Saca da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a Terra, e seu irmão, o Céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.

Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda...
Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar das flores na primavera ou o bater das asas de um inseto. E esse ruído parece somente insultar os ouvidos. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreenda.

E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.
O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro - o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, ele é insensível ao mau cheiro.

Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar [alento] também recebe seu último suspiro.

Se lhe vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.

Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deverá tratar os animais desta terra como seus irmãos...
Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir. Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecermos vivos?!

O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, o homem morreria de grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.

Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avôs. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a Terra é nossa Mãe. Tudo o que acontecer à Terra, acontecerá aos filhos da Terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.
Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra. Isto sabemos: todas as coisas estão interligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorrer com a Terra recairá sobre os filhos da Terra.

O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo. Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos.

De uma coisa estamos certos - e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A Terra Lhe é preciosa, e feri-la é desprezar o seu Criador...
 
Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos. Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho.
  
Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios domados, os recantos secretos da floresta densa impregnados do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam...
 


“Onde está o arvoredo? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência"... [Extraído de o 'Manifesto do Chefe Seattle' – Distribuído pela ONU para o Meio Ambiente. 1996].

CLIC  e veja tb: 'Dia das Mães - Dia da Mãe Terra'.
 
Luz, Amor e Paz! (Campos de Raphael).