sexta-feira, 25 de abril de 2014

O Despertar da Alma - Admirável Texto de Gustav Meyrinck - ('O Despertar dos Mágicos').

“Recusei-me a acreditar, mas vi que o universo não se constituía de matéria morta, mas, pelo contrário, de uma Presença viva... Vi que todos os homens são imortais; que a ordem cósmica é tal que, sem qualquer dúvida, todas as coisas trabalham juntas para o bem de cada uma e de todas, que o princípio fundamental do mundo, de todos os mundos, chama-se Amor”. ['A Consciência Cósmica'. Richard. M. Bucke. Psiquiatra].
(*) Antes de nascer, você eu já vivemos. E as características do Anjo da Guarda do dia de nosso nascimento físico, pode revelar o que viemos fazer neste "campo quântico de possibilidades": expandir a consciência da "criança divina" -, 'Deus em nós', o Self imortal. Mas esquecemos nossa origem divina ao adentrar a veste física, qual a missão escolhida e as lições a ser apreendidas no embate das "forças dos opostos"... Mas, NOTE BEM: Embora a infância seja pré-determinada, é-nos dado mudar o rumo da vida, na adolescência e vida adulta - para o 'bem' ou o 'mal'; para baixo ou o Alto... "Destino" é fruto de tudo aquilo que, no hoje vivente, você escolhe! (Campos de Raphael).


Música suave atrai a presença dos Anjos... Pare e escute. Escolha abaixo àquela que aquiete a mente e fale ao seu coração. Minimize a música, reabra o portal e a ouça durante a leitura:

“De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos?” 
Introito: Você talvez conheça intelectualmente esta clássica tríplice pergunta. No meu caso, porém as respostas vieram ao longo de toda uma vida de busca e degrau a degrau de despertar espiritual. Iniciou-se uma inesperada regressão espontânea ao adentrar às ruínas do lendário castelo dos Cavaleiros do Santo Graal. Revelou-se ali existir em nós e no âmago de todas coisas manifestadas ao redor, o indescritível Amor cuja Essência interliga todos os seres, os reinos em baixo e em cima, através de nosso ser interior imortal, que Jung denominou de 'Self' - ou Si-mesmo.

E esta semana, transcrevia três “experiências místicas” que têm tudo a ver com isso, inclusive com 'A Consciência Cósmica' supra citada, quando acordei de madrugada com as palavras, “Desperta, tu que dormes!”. Associei de imediato ao texto de Gustav Meyrinck que, sete anos atrás, publicáramos no magisterlux. Levantei-me então e ao procurá-lo na Internet, achava apenas referências a essa sentença bíblica, quando o reencontrei sob o título ‘O Despertar dos Mágicos’ no site 'Janela da Alma' - (ver link: http://wwwjaneladaalma.blogspot.com.br/2008/12/o-despertar-dos-mgicos.htm) -- que o republicara em 2008. E senti que devia reeditá-lo, pois seu conteúdo pode ser de suma importância em relação ao despertar espiritual. (Campos de Raphael).

‘O ADMIRÁVEL TEXTO DE GUSTAV MEYRINCK’
(Extraído de 'O Despertar dos Mágicos')
“A chave que nos tornará mestres da natureza interior ficou enferrujada desde o Dilúvio. Ela se chama: velar. Velar é tudo”...

O homem está firmemente convencido de que vela; mas, na realidade, está preso numa rede de sono e de sonho que ele próprio teceu. Quanto mais apertada é a rede, mais poderoso reina o sono. Aqueles que estão presos nas malhas dessa rede são os adormecidos que, indiferentes e sem pensamentos, caminham através da vida como rebanhos de animais levados para o matadouro.

Os sonhadores vêem através das malhas um mundo quadriculado, distinguem somente aberturas enganadoras e agem em consequência, sem saber que esses quadriculados são apenas fragmentos insensatos de um todo enorme.

Estes sonhadores não são como talvez o suponhas, os lunáticos e os poetas; são os trabalhadores sem-repouso do mundo, os possessos da loucura de agir. Assemelham-se a escaravelhos feios e laboriosos que se arrastam ao longo de um cano liso para nele mergulharem ao chegar lá em cima. Dizem que velam, mas aquilo que julgam uma vida não é senão um sonho, determinado antecipadamente nos mínimos pormenores e subtraído à influência da sua vontade..
Existiram e ainda existem alguns homens que descobriram que sonhavam, os pioneiros que avançaram até aos baluartes detrás dos quais se esconde o Eu eternamente desperto – videntes como Descartes, Schopenhauer e Kant. Mas eles não possuíam as armas necessárias para a tomada da fortaleza e o seu apelo ao combate não acordou os adormecidos.

Velar é tudo! O primeiro passo para esse objetivo é tão simples que qualquer criança pode fazê-lo. Só aquele que tem o espírito falsificado esqueceu como se caminha, e mantém-se paralisado sobre os dois pés, por não querer privar-se das muletas que herdou dos seus antecessores.

Velar é tudo. Vela em tudo o que fazes! Não te julgues já desperto. Não, tu dormes e sonhas… Reúne todas as tuas forças e espalha um instante pelo teu corpo este sentimento: agora, eu velo! Se o conseguires, reconhecerás que o estado no qual te encontravas surge então como uma modorra e um sono. Este é o primeiro passo hesitante do longo, muito longo percurso que leva da servidão ao completo poder.

Desta forma avança, de despertar em despertar. Não existe pensamento tormentoso que desta maneira não possas banir. Ele fica para trás e já não te pode atingir. Estendes-te sobre ele como a copa de uma árvore se eleva por sobre os ramos secos… E as dores desprender-se-ão de ti como folhas mortas, quando essa vigília se apossar igualmente do teu corpo.

Os banhos gelados dos brâmanes, as noites de vigília dos discípulos de Buda e dos ascetas cristãos, os suplícios dos faquires, nada mais são que ritos estereotipados, indicando que ali se erguia outrora o templo daqueles que se esforçavam por velar.

Lê as Escrituras Sagradas de todos os povos da Terra. Em cada uma delas passa como um fio vermelho a ciência dissimulada da vigília. É a escada de Jacó, que combate toda a “noite” com o anjo do Senhor, até que chegue o “dia” e obtenha a vitória...
Deves subir, um degrau após outro, os degraus do despertar, se queres vencer a morte. O degrau inferior já se chama: gênio. Como devemos chamar os degraus superiores? Permanecem desconhecidos da multidão e são tidos como lendas. A história de Troia também foi considerada uma lenda, até que finalmente um homem arranjou coragem de investigar por si mesmo.

Sobre esse caminho da vigília, o primeiro inimigo que defrontarás será teu próprio corpo. Ele lutará contigo até o primeiro cantar do galo. Mas se vislumbrares a luz da vigília eterna, que te afasta dos sonâmbulos que supõem ser homens, mas ignoram serem deuses adormecidos, então o sono do teu corpo desaparecerá também e o Universo submeter-se-á a ti...
Poderás então operar milagres, se quiseres, e já não estarás reduzido a um humilde escravo a espera de que um cruel e falso deus seja suficientemente amável para te cumular de presentes, ou de te cortar a cabeça. Há evidentemente a felicidade do bom cão-fiel: servir um amo. Ela deixará de existir para ti – mas sê franco para contigo mesmo: gostarias, mesmo agora, de trocar com o teu cão?

Não te deixes amedrontar de não atingir o objetivo nesta vida. Aquele que descobriu este Caminho regressa sempre ao mundo com uma maturidade interior que lhe torna possível a continuação de seu trabalho. Ele nasce como “gênio”...
O caminho que te mostro está semeado de acontecimentos estranhos: mortos que conheceste hão de erguer-se e falar-te! São apenas imagens [personificações]. E também aparecerão silhuetas luminosas para te abençoar. São apenas imagens, formas exaltadas pelo teu corpo que, sob influência da tua vontade transformada, morrerá de uma morte mágica e se tornará espírito, tal como o gelo, atingido pelo fogo, se dissolve em vapor.

Só quando tiveres abandonado em ti o cadáver, poderás dizer: agora o sono afastou-se de mim para sempre. Então, dar-se-á o milagre em que os homens não acreditam – porque, enganados pelos seus sentidos, não percebem que matéria e força são a mesma coisa – nem compreendem, esse milagre que, mesmo se o enterrarem, não haverá mais cadáver no caixão.

Só então poderás diferenciar o que é realidade ou aparência. E certamente aquele que encontrares, só poderá ser um dos que seguiram o Caminho antes de ti. Todos os outros serão apenas sombras.

Até ali tu não sabes se és a criatura mais feliz ou a mais infeliz. Mas nada receies. Nem um sequer dos que seguiram por esse caminho da vigília, mesmo se alguma vez se perdeu, jamais foi abandonado pelos seus Guias...
Quero, porém dar-te um sinal pelo qual poderás reconhecer se uma aparição é realidade ou miragem: se ela se aproxima de ti, e a tua consciência se perturba, se as coisas do mundo exterior tornam-se vagas ou desaparecem, desconfia. Acautela-te! A aparição não passa de uma parte de ti mesmo. Mas, se não a compreendes, é apenas um espectro sem consistência, um gatuno que consome [suga] energia, parte da tua vida.

Os que exploram a força da alma são piores do que os gatunos do mundo. Atraem-te como fogos-fátuos nos pântanos de uma esperança enganadora, para te deixarem só nas trevas e desaparecerem para sempre.

Não te deixes cegar por algum milagre que pareçam fazer por ti, nenhum nome sagrado que se dêem, nem profecias que exprimam, mesmo que elas se realizem. Eles são os teus inimigos mortais, expulsos do inferno do teu próprio corpo e contra os quais deves lutar pelo domínio.

Sabe que as forças maravilhosas que eles possuem são as tuas próprias – desviadas por eles para te manterem na escravatura. Eles não podem viver fora da tua vida, mas se os venceres ficarão aniquilados, como ferramentas mudas e dóceis, que poderás empregar segundo as tuas necessidades.

Inúmeras são as suas vítimas entre os homens. Lê a história dos visionários e dos sectários e compreenderás que o caminho está semeado de crânios. Inconscientemente, a humanidade ergueu contra eles um muro: o materialismo. Esse muro é uma defesa infalível, é a imagem do corpo, mas também o muro de uma prisão que dissimula a vista.

Atualmente estão dispersos e a fênix da vida interior ressuscita das cinzas nas quais esteve deitada durante muito tempo, como morta, mas os abutres de outro mundo também começam a bater as asas. Por isso, deves tomar cuidado. A balança sobre a qual deporás a consciência mostrar-te-á quando podes ter ou não confiança nessas aparições. Quanto mais desperta [tua consciência] estiver, mais se inclinará a teu favor...
Se [eventualmente] um guia, irmão de outro mundo espiritual te quiser aparecer deverá poder fazê-lo sem despojar a tua consciência. Podes pousar a mão sobre ele como Tomé, o incrédulo. Seria fácil evitar as aparições e seus perigos. Basta conduzir-te como o homem vulgar. Mas que se ganha com isso? Continuarás a ser um prisioneiro na jaula do teu corpo, até que o carrasco “Morte” te conduza ao cadafalso.

O desejo dos mortais de ver os seres sobrenaturais, porém, é como um grito que desperta até os fantasmas do inferno, porque semelhante desejo não é puro - é mais avidez do que desejo -, porque quer “tomar” de qualquer maneira, em vez de gritar para aprender a “dar”.

Todos os que consideram a Terra como uma prisão, todas as pessoas piedosas que imploram a libertação, evocam, sem se aperceberem o mundo dos espectros. Faze-o também… Mas, conscientemente. Para aqueles que o fazem inconsciente existirá uma mão invisível que os possa retirar do pântano onde se atolam? Eu não acredito.
Quando sobre o Caminho do despertar atravessares o mundo dos espectros, reconhecerás aos poucos serem eles simplesmente pensamentos, que de súbito poderás ver com os teus próprios olhos. Eis por que te parecem estranhos ou criaturas, pois a linguagem das formas é diferente da do cérebro.

Chegou então o momento em que a transformação se dá: os seres humanos que te rodeiam transformar-se-ão em espectros. Todos aqueles que amaste serão, de súbito, [como que] larvas. Mesmo o teu próprio corpo. Não se pode imaginar mais terrível solidão do que a do peregrino no deserto, e quem não sabe encontrar aí a Fonte da vida morre de sêde.

Tudo o que aqui te digo se encontra nos livros de homens piedosos de todos os povos: a vinda de um novo reino, a vigília, a vitória sobre o corpo e a solidão… E, no entanto um abismo intransponível nos separa dessas pessoas piedosas: elas supõem que se aproxima o dia em que os bons entrarão no paraíso e os maus serão atirados para o inferno...
Nós sabemos que o tempo virá em que muitos despertarão e serão separados dos adormecidos que não podem compreender o que significa a palavra vigília. Nós sabemos que não existe o bom e o mau, mas apenas o exato e o falso.

Eles crêem que velar significa manter os sentidos lúcidos e os olhos abertos durante a noite, de maneira que se possa fazer as orações. Nós sabemos que a vigília é o despertar do Eu imortal, e a insônia do corpo uma consequência natural.

Eles crêem que o corpo deve ser descurado e desprezado porque é pecador. Nós sabemos que não existe pecado; o corpo é o começo de nossa obra e viemos à Terra para transformá-lo em espírito. Eles crêem que deveriam viver na solidão com o nosso corpo, para purificar o espírito. Nós sabemos que o nosso espírito deve primeiramente isolar-se para transfigurar o corpo...
"Só a ti cabe a escolha do caminho a tomar: o deles ou o nosso. Deves agir segundo a tua própria vontade. Não tenho o direito de te aconselhar. É mais salutar colher, segundo a tua própria decisão, o fruto amargo de uma árvore, do que ver pendurar um fruto doce aconselhado por outrem”… [Φ] [Cf. ‘O Despertar dos Mágicos’ - Introdução ao Realismo Fantástico, p. 426/430. Louis Pauwels e Jacques Bergier. (Excerto de ‘Le Visage Vert’. Gustav Meyrinck). Difusora Européia do Livro. 1969]. [®]
'Click on Angel' e conheça:
“O homem é um deus enfaixado. O Tempo é uma faixa. O Espaço é uma faixa. A carne é uma faixa… São faixas todos os sentidos e as coisas por ele percebidas. A mãe sabe que as faixas não são a criança. A criança, porém, não o sabe”… (Cf. ‘O Livro de Mirdad’, cap. 4. Mikhail Naimy. Editora Rosacruz-Áurea).
 Luz, Amor e Paz! (Campos de Raphael).

sábado, 19 de abril de 2014

“Certa Noite, Véspera de Páscoa” – (As Bodas Alquímicas de Cristão Rosacruz).

"Vi então maravilhosa figura feminina, trajando uma veste de cor azul como o céu e magnificamente coberto de estrelas douradas. Na mão direita segurava uma trombeta de ouro maciço em que estava gravado um nome que bem pude ler, porém que mais tarde não me foi dado revelar". (Christian Rosenkreuz).
(*) Antes de nascer, você eu já vivemos. E as características do Anjo da Guarda do dia de nosso nascimento físico, pode revelar o que viemos fazer neste "campo quântico de possibilidades": expandir a consciência da "criança divina" -, 'Deus em nós', o Self imortal. Mas esquecemos nossa origem divina ao adentrar a veste física, qual a missão escolhida e as lições a ser apreendidas no embate das "forças dos opostos"... Mas, NOTE BEM: Embora a infância seja pré-determinada, é-nos dado mudar o rumo da vida, na adolescência e vida adulta - para o 'bem' ou o 'mal'; para baixo ou o Alto... "Destino" é fruto de tudo aquilo que, no hoje vivente, você escolhe! (Campos de Raphael).

“Certa Noite, Véspera de Páscoa” – ‘As Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreuz’ - [Cristão Rosacruz].

“O mais elevado saber é que nada sabemos”. (‘As Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreuz’, p.8].

“Certa noite, véspera do dia de Páscoa estava sentado à mesa e, segundo o meu costume, conversado com o Criador em humilde oração e meditado sobre grandiosos segredos – pelos quais o Pai das Luzes mostrara-me em profusão sua majestade”.

Desejava, pois preparar no coração, juntamente com meu bem-amado cordeiro pascal, um bolo ázimo imaculado, quando repentinamente se desencadeou vento tão terrível que nada pude pensar senão que, por força da violência, minha casinha escavada na montanha se desmoronaria. Contudo, tal tentativa do Diabo, que me havia causado muitas penas, não me surpreendeu.

Cobrei ânimo e prossegui minha meditação até alguém tocar-me as costas, coisa que não estava acostumado, assustando-me de tal modo que me não ousei volver. Conservei a confiança, porém até onde pode fazê-lo em tais circunstâncias a fraqueza humana. Todavia, após ser puxado pelo casaco repetidas vezes, eu me voltei.

Vi então maravilhosa figura feminina, trajando uma veste de cor azul como o céu e magnificamente coberto de estrelas douradas. Na mão direita segurava uma trombeta de ouro maciço em que estava gravado um nome que bem pude ler, porém que mais tarde não me foi dado revelar.

Na mão esquerda tinha um maço de cartas, escritas em vários idiomas que ela, como soube, mais tarde, deveria distribuir por todos os países. Tinha também grandes e belas asas, cobertas de olhos em toda a sua extensão, com que podia evolar-se e voar mais rápido do que a águia... Quiçá houvera podido observá-la com mais vagar, porém como permaneceu tão pouco tempo junto a mim. E eu ainda estava aterrorizado e maravilhado, disso desisti.

Tão logo eu me voltei, buscou entre suas cartas, extraindo dentre elas uma pequena, que colocou sobre a mesa com profunda reverência, retirando-se de minha presença sem dizer sequer uma palavra. Enquanto se evolava, porém tocou sua trombeta tão vigorosamente que a montanha inteira reboou. Após quase um quarto de hora, eu ainda não podia escutar a própria voz.

Diante dessa aventura inesperada, realmente não sabia eu, pobre lorpa, o que fazer. Por isso, caí de joelhos e pedi ao Criador que me guardasse de tudo o que pudesse ameaçar minha salvação eterna, após o que, com temor e tremor, apanhei a pequena carta.

Se mesmo fora ela de ouro maciço não seria tão pesada como era. Ao examiná-la com cuidado, descobri um pequeno selo com que estava fechada. Neste estava gravada uma cruz delicada com a inscrição: In hoc signo + vinces – [Por este sinal vencerás].

Tão logo descobri esse sinal, acalmei-me sobremaneira, pois bem me era conhecido que tal sinal não agradava ao Diabo, e que ele próprio não o utilizaria. Abri cuidadosamente, pois a carta. Nela estavam escritos, em fundo azul e com letras douradas, os seguintes versos:
Hoje, hoje, hoje,/ é o dia das núpcias do rei./ Se nelas tomar parte hás nascido/ e por Deus para a alegria eleito foste,/ podes vir até a montanha/ em que os três templos se encontram/ e lá o milagre contemplar.

Sê vigilante!/ Examina-te prudentemente!/ Se te não purificares,/ as núpcias podem causar-te dano./ Quem dos pecados não se lavar,/ demasiado leve achado será! – Em baixo estava: Sponsus et Sponsa. (‘As Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreuz', p. XV/XVII. Editora Rosacruz Áurea. 1993). [*]
(*) A obra acima, foi editada originalmente em 1616 pela Rosacruz Clássica, e recebeu uma análise esotérica de Jan van Rijckenborgh, que esteve a frente do trabalho da Escola Espiritual da Rosacruz Áurea, entre 1924 a 1968 – quando deixou a veste física. Um ano antes, ele realizou a V Conferência de Aquarius, primeiro na Europa e a seguir no Brasil, em 1967, no Grande Hotel de Águas de São Pedro, Estado de São Paulo. Na época, éramos alunos dessa Escola Espiritual e acompanhamos o trabalho dele desde a I Conferência de Aquarius em 1963, na Holanda. (C.de R).

E de Núpcias Alquímicas, extraímos estes trechos: Quem se aprofunda no curso de desenvolvimento do trabalho gnóstico, descobre que ele pode ser comparado com a subida de escada numa torre. A cada momento um novo degrau da escada em espiral pode ser galgado e, de tempos em tempos, as janelas da torre oferecem-nos, durante a subida, novas vistas que nos fazem silenciar de gratidão e iluminam consideravelmente nosso discernimento no Caminho”...

... “Quem foi ou quem é Christian Rosenkreuz? [Ou melhor, Cristão Rosacruz]. Ele é o protótipo do verdadeiro homem original, que realmente é Cristo, o homem em quem o Cristo foi liberado após percorrer a senda da cruz na força da rosa”.

“Esse caminho é a via crucis. A cruz surge mediante duas linhas de força [uma vertical e outra horizontal] que se entrecruzam perpendicularmente. Isso significa uma mudança total, uma transformação de forças, uma transmutação alquímica”.

“A rosa [símbolo do reino divino] em nós tem de ser ligada a seu verdadeiro campo de vida, o campo da imortalidade. A rosa deve ser libertada mediante a via crucis da transfiguração. Eis por que falamos de Rosa-Cruz. Esse trabalho tem de acontecer na força de Cristo, na força eletromagnética da vida universal. Por isso, o homem que realmente percorre e realiza esse caminho pode ser denominado Christian Rosenkreuz” - [ou melhor, Cristão Rosacruz]...

“O conteúdo do livro é extremamente fantástico: No decorrer de sete dias C.R.C. vivencia diversas cerimônias e provas; finalmente é sagrado Cavaleiro da Pedra Áurea. Precedendo os sete dias, há um prólogo e um sonho. Após achamos descrições românticas [alegóricas], entre outras a pesagem das virtudes dos candidatos. Muitos reis, imperadores e nobres não suportam sequer o primeiro julgamento, representado pelo primeiro peso, e expulsos com diversas penas.

Os eruditos e nobres são escarnecidos, os piedosos senhores e supostos magos são apresentados como enganadores do povo e artesão de uma imitação da pedra filosofal e são expulsos do prato da balança com golpes de chicote e açoite.

Outros são fanfarrões: um diz escutar o céu murmurar, outro pode ver o mundo ideal de Platão, um terceiro pode contar os átomos de Demócrito, um quarto descobriu o movimento perpétuo - o  Perpetuum Mobile.
  Todavia, a renúncia a todo e a qualquer tipo de egocentrismo, bazófia e presunção lhes é completamente estranha: nenhum deles morreu a morte das cobiças... Unicamente a modéstia e autoconhecimento permitem a C.R.C. vencer. Quando, ao chegar ao final de suas provas, deve escrever seu nome numa pequena capela, ele escreve: “O mais elevado saber é que nada sabemos”. [Cf. ‘As Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreuz’, p.7/8. Editora Rosacruz Áurea. 1993].
 'Click on Angel' e conheça:  

 Luz, Amor e Paz! (Campos de Raphael).

sábado, 12 de abril de 2014

A Mente Universal, Unicidade & Física Quântica – (Larry Dossey, M.D.).

"Talvez o sujeito não tenha uma alma que seja sua, mas só um pedaço de uma grande alma - a grande alma que pertence a todos". (John Steinbeck. 'As Vinhas da Ira').
(*) Antes de nascer, você eu já vivemos. E as características do Anjo da Guarda do dia de nosso nascimento físico, pode revelar o que viemos fazer neste "campo quântico de possibilidades": expandir a consciência da "criança divina" -, 'Deus em nós', o Self imortal. Mas esquecemos nossa origem divina ao adentrar a veste física, qual a missão escolhida e as lições a ser apreendidas no embate das "forças dos opostos"... Mas, NOTE BEM: Embora a infância seja pré-determinada, é-nos dado mudar o rumo da vida, na adolescência e vida adulta - para o 'bem' ou o 'mal'; para baixo ou o Alto... "Destino" é fruto de tudo aquilo que, no hoje vivente, você escolhe! (Campos de Raphael).

A Mente Universal, Unicidade & Física Quântica (Larry Dossey, M.D.).
"O universo apresenta evidências de... mente em três níveis. O primeiro nível é o dos processos físicos elementares na mecânica quântica. Nesta, a matéria não é uma substância inerte, mas um agente ativo que constantemente faz escolhas entre possibilidades alternativas, segundo as leis da probabilidade. Toda experiência quântica obriga a natureza a fazer escolhas. Parece que a mente, manifestada como a capacidade de escolher é, até certo ponto, inerente a cada elétron”.

“O segundo nível em que detectamos... a mente -, é aquele da experiência humana direta. Nossos cérebros parecem dispositivos aptos para a amplificação do componente mental das escolhas quânticas feitas pelas moléstias que estão dentro da cabeça... Há evidência... de que o universo como um todo é hospitaleiro ao crescimento da mente... Portanto, é razoável crer na existência de um certo nível da mente, um componente mental do universo. Se acreditarmos nesse componente, então podemos dizer que somos pequenos pedaços do aparato mental de Deus”. (Freeman Dyson).

Henry Margenau e a Mente Universal
"É fácil encontrar entre os poetas, místicos e filósofos apoio para a natureza anímica, não-localizada, da mente; pode-se até acrescentar à lista alguns cientistas que, de quando em quando, se entretiveram com a ideia. Mas, é extremamente raro encontrar um cientista contemporâneo, respeitado entre os colegas por suas contribuições fundamentais a sua área, que tenha declarado em público que a mente é universal"...

Um tal indivíduo é Henry Margenau, Professor Emérito de Física e Filosofia Natural da Universidade de Yale. Completando uma carreira como eminente teórico tanto em física molecular quanto em física nuclear, o professor Margenau começou a investigar as bases filosóficas da ciência natural.

Hoje a maioria dos físicos levam vidas um tanto curiosas. Eles vêem a física de maneira totalmente utilitária – como uma ferramenta, como um meio para um fim. Esse modo de enxergar a ciência conduz a uma clara duplicidade de existencial.

A visão de mundo da Física é radicalmente diferente daquela em que o físico – e nós – vivemos fora do laboratório. Quando ele guarda suas ferramentas no final do dia, deixa atrás de si aquela visão de mundo necessária ao uso desses instrumentos no laboratório, e assume outra, dominada p elo senso comum.

É claro que todas as pessoas possuem múltiplas visões de mundo que as orientam em diferentes circunstâncias, como no caso do homem de negócios que, no domingo, é um devoto, mas nos outros é cruel e impiedoso em sua conduta profissional.

Em todo caso, visões múltiplas da realidade são absolutamente necessárias para se permanecer vivo e operante neste mundo, conforme demonstrou o psicólogo Lawrence LeShan em seu livro ‘Altenate Realites’ [Realidades Alternadas]. A tarefa é sempre escolher o modo de encarar o mundo que melhor se ajuste à situação.

Seria impossível, e bastante insensato, viver coerentemente de acordo com uma só visão de mundo. Sabemos disso intuitivamente, e ninguém tenta aferrar-se à mesma visão da realidade o tempo todo. Quando trabalhamos, brincamos ou sonhamos, estamos constantemente assumindo e abandonando diferentes pressuposições sobre a realidade, embora possamos não fazê-lo conscientemente.

O professor Margenau ampliou a visão de mundo do laboratório de física, sugerindo que esta ciência alude a uma realidade significativa não apenas quando se faz física, mas também ao se fazer um lance no recinto da bolsa de valores, atravessar a rua e limpar a geladeira. Esta concepção é de longo alcance e a tudo inclui, contendo em si todas as visões de mundo auxiliares e utilitárias que assumimos e abandonamos em nosso dia-a-dia...
Recentemente, têm aparecido muitos livros sobre a “nova física” e sobre como este conhecimento pode relacionar-se com os assuntos humanos. Mas a contribuição de Margenau é singular. Sua obra, ‘The Miracle of Existence’ [O Milagre da Existência], é a mais vigorosa e excitante exposição surgida nos últimos anos, talvez desde as propostas de Schrödinger. As implicações espirituais revelam-se inequivocamente, pois não se trata apenas de um livro sobre física, mas de um livro sobre Deus.

Margenau usa o termo “Mente Universal”, que é equivalente à nossa mente não-localizada. Empregamos este último começo ao fim deste livro por conter ele uma neutralidade que “Mente Universal” não possui, devido às conotações religiosas que têm pesado sobre esta denominação.

Mas, na análise que segue, utilizaremos fundamental mente a própria terminologia de Margenau. O leitor pode trocar livremente o termo “universal” por “não-localizado”, sem cometer nenhuma injustiça para com as elevadas concepções desse cientista. “Unidade” e “unicidade” são a base da dieta diária do poeta e do místico. Mas por que os físicos, hoje, falam desses assuntos? Nossos físicos “viraram místicos”?

Uma das razões que justificam os físicos voltarem-se para essas questões é um “fato tão banal, conquanto peculiar, que não é capaz de causar espanto ao cientista moderno[:]... a igualdade das propriedades dos constituintes elementares da matéria”.

Todo estudante de escola primária sabe que há uma espantosa coerência e unidade na natureza. Todos os átomos de oxigênio, e todos os átomos de uma dada espécie, têm a mesma massa ou peso. Todos os elétrons têm a mesma massa, spin e carga, o que reflete uma precisão que nunca poderia ser atingida nas coisas feitas pelo homem. E isso é verdadeiro para todas as propriedades dos constituintes elementares da matéria.

Quando encontramos esta igualdade e unidade no mundo macroscópico do dia-a-dia –, por exemplo, no fato de as moedas e as cédulas serem do mesmo valor e os automóveis serem da mesma fabricação, ou na uniformidade do maquinário da linha de montagem-, de imediato supomos que foram planejadas pelo homem e, portanto, refletem a mente do homem.

“Não deveríamos fazer uma suposição semelhante, e não somos compelidos a fazê-la com respeito às entidades fundamentais da física atômica e nuclear... [embora] a inteligência que há por trás delas não seja a do homem [?]”

Margenau admite a resistência óbvia, emocional e racional que os cientistas ocidentais sentem em postular uma Mente Universal, da qual fariam parte todos os seres conscientes e “talvez todas as entidades que compõem o mundo”. E com intuito de tornar essa ideia “menos repulsiva ao físico moderno”, ele faz uma série de observações adicionais para atenuar o choque.

Há um aspecto na física nuclear recente, contido na atual teoria de medida, que implica algo como uma unicidade no mundo físico. Ao explicá-lo, Margenau faz uso do termo onta que ele emprega para designar “qualquer entidade seja lá qual for, especialmente quando ela desafia a intuição comum”. (Onta é o plural de on, palavra grega que significa “ser”).

As descobertas da física nuclear sugerem que, em certas situações, diferentes onta conseguem juntar-se, perdendo a sua identidade – uma clara sugestão de que a unicidade existe nos níveis mais fundamentais da natureza. Mas esta unicidade é complexa; pois, embora haja uma perda de identidade, os onta não se fundem numa total indistinguibilidade; eles ainda conservam o seu “número”. Assim, a individualidade persiste, paradoxalmente, no movimento que conduz à unidade deste nível da natureza.

Como exemplo, considere o comportamento dos nêutrons e dos prótons. Quando estão separados no espaço e, portanto, não interagem, um deles é neutro e o outro carrega uma carga positiva. Ao chegarem suficientemente próximos entre si “suas identidades desaparecem, suas propriedades se fundem, tornando-se então impossível uma distinção entre eles. Mas são ainda dois onta”.

Além disso, Margenau mostra que os cientistas de hoje admitem a existência de três forças fundamentais distintas entre os constituintes do mundo nuclear. A potência dessas forças depende da energia das entidades interagentes. À baixas energias de interação, sua potência difere enormemente.

“Estranhamente, porém, os valores das três forças quase equivalem-se em energias extremamente altas, se as teorias atuais estiverem corretas”. Mais uma vez, uma indicação de unicidade...

O que concluímos dessas observações? Átomos não são seres humanos e elétrons não são mentes. Há algum ponto de comparação entre as “unicidades” existentes nos níveis físico e mental? Margenau está convencido de que é possível falar, como físico, sobre a unicidade que abrange níveis distantes da natureza, devido às revelações da ciência moderna.

Como evidência de que não está sozinho nesta convicção, ele arrola os pontos de vista de duas figuras centrais da física moderna, Werner Heisenberg e David Bohm. Pouco antes de morrer, Heisenberg publicou um artigo que continha a proposta de que certos conceitos fundamentais e mecanicista do senso comum, tais como “ser composto de” e “partes distintas designáveis”, podem não ter sentido para as realidades extremas com as quais a física procura lidar.

E o físico Bohm expressou a mesma opinião. “Assim”, disse ele, “chega-se a uma nova noção de totalidade ininterrupta, que nega a ideia clássica de analisabilidade do mundo em partes separadas e independentes”. E como o “pensamento particulado” desaparece no nível dos átomos, Margenau faz uma pergunta fundamental:

“Não seria esse tipo de negação [a negação da separabilidade em partes] necessária também para a consciência, para a mente, de modo que a questão das mentes separadas, contribuindo para ou formando a mente universal, pudesse tornar-se significativa? Alguns filósofos que contribuíram para os Vedas e os Upanishades responderiam afirmativamente, sem dúvida; e as afirmações dos místicos que fundiram-se em êxtase com Deus fornecem evidências adicionais para a natureza a-numérica das almas”.

Esses grandes cientistas sugerem que o conceito de totalidade não está limitado ao domínio atômico. Se o “pensamento particulado” é ineficaz ao nível atômico, também é inadequado ao nível mental. E o que é uma entre sem partes? É a Mente Una ou Mente Universal, o “Tao, Logos, Brahman, Atman, o Absoluto, Mana, Espírito Santo, Weltgeist, ou simplesmente Deus”...

Com que se “pareceria” uma Mente Universal?

Margenau declara: “Seu conhecimento compreende não só todo o presente, mas também todos os eventos passados. Assim como o nosso pensamento pode analisar e conhecer todo o espaço, a Mente Universal pode viajar à vontade para trás e para a frente no tempo”.

Se a nossa mente faz parte dessa Mente Universal, então ela também é não-localizada no tempo e no espaço. Mas se é assim, por que nos sentimos tão localizados? Por que esta sensação tão esmagadora do presente e um tal sentido de confinamento a este espaço imediato? Por que nos sentimos tão individuais, trancados dentro do corpo? Por que deveríamos ficar tão atormentados, como temos estado por milênios, com a questão de termos ou não alguma liberdade de escolha, ou de o resultado do jogo ser ou não determinado já desde o início? Não são essas características que esperaríamos de mentes que são parte de uma Mente Universal não-localizada.

Margenau acredita que nossa noção de universalidade é obscurecida pelas limitações físicas do corpo. Porém, essas limitações não são absolutas, sendo que, durante toda a história, muitas pessoas conseguiram superá-las. Todas as grandes tradições espirituais estão repletas de evidências de que, se certas prescrições forem seguidas, a natureza divina, universal, não-localizada, emergirá...

... Para Margenau, nossas vidas parecem permeadas pela incerteza porque o mundo, no nível invisível e silencioso dos processos subatômicos é incerto. Mas esta não é uma situação lastimável – de fato, é o oposto. Pois é justamente a incerteza do mundo que permite a possibilidade, pelo menos, do livre-arbítrio humano. Mas, além da incerteza, é preciso haver outro elemento, que é a escolha. Portanto, dois elementos são necessários, declara Marge nau, para fazer que a liberdade humana seja uma realidade: a escolha agindo sobre o acaso. [Devemos lembrar aqui: Karma, no sânscrito, significa escolha e ação].  

Segundo Margenau, não há limites para o nível mais elevado da Mente: “A Mente Universal não tem fenda do tempo, nem muro individual; seu conhecimento não é limitado por probabilidades quânticas... A Mente Universal não precisa de memória, uma vez que todas as coisas e todos os processos – passados, presentes e futuros – estão abertos à sua apreensão”. [Extraído de ‘Reencontro com a Alma’, p. 140/151. Larry Dossey, M.D. Cultrix].
 'Click on Angel' e conheça:

 Luz, Amor e Paz! (Campos de Raphael).