sábado, 26 de outubro de 2013

A Antiga Tradição de Bardos & Druídas - (Philip Carr-Gomm).

 “Podemos reencontrar o paraíso que perdemos ao negligenciarmos a harmonia com a Natureza. Ao contrário do que muita gente pensa, a tradição druida está viva e pode contribuir mais para a sobrevivência de nosso planeta do que a militância dos mais sinceros ecologistas baseados apenas na razão”... ( Philip Carr-Gomm). 
Corpo & Alma. Leia e ouça música (clic):
Merlin's Magic. 1:04.
‘Wonderful Paradise’. (1:39).
E para a criança interior: ‘Mozart for Babies’. (Two hours). 
  
Guardião do Dia. 'JELIEL: "Deus Criativo". Protege os nascidos em 26/10, 07/01, 21/03, 02/06 e 14/08. Quem nasce sob esta proteção, tem intuição desde criança para saber o que é certo ou errado. É portador da paz onde existe conflito, defende a verdade e detesta a violência. Suas emoções são tão fortes que são vivenciadas em conjunto pelo seu anjo.  Ele lhe confere alegria, gentileza espontânea, agilidade para se comunicar e aptidão para lidar com o público. [Fonte: 'Anjos - Tudo o Que Você Precisa Saber'. Claudia Maria Janssen. Universo dos Livros]. - Clic e saiba mais: 'Jeliel' - 2º Anjo - Categoria 'Serafins'. [site viverempaz.com].
 
 
'SERAFINS': Categoria angelical considerada tradicionalmente como a mais próxima de Deus, devido a sua elevada vibração. Seu Príncipe-Arcanjo é Metatron. Os Serafins contemplam e vivem o Amor Divino, aquecendo-se no fogo celestial, e sua função é transmitir o fogo desse Amor aos anjos das demais categorias angélicas. As pessoas ligadas aos Serafins são maduras e sábias. [Fonte: 'Tudo o Que Você Precisa Saber Sobre Anjos'. Claudia Maria Janssen. Universo dos Livros].

 
A hierarquia angelical compõe-se de nove categorias, composta cada uma de nove anjos, sendo oito anjos orientados e regidos por um Príncipe-Arcanjo, ou seja, um Anjo de qualidade e nível mais elevado de consciência. Pitágoras percebia a força sagrada detrás desses números: "os nove números que precediam a década sagrada eram identificados com deuses e o Dez era a soma dos poderes divinos para manter a união”. [Cf. ‘Mistérios do Desconhecido. Tempo & Espaço’, p. 43/45. Abril Livros].






 "Ninguém nasce para sofrer; nasce para aprender".
(Campos de Raphael)
Clic e conheça tb.: 'portaldeanjos.blogspot.com/'
Amor aos Animais. Dê este exemplo (clic):
 ‘Ainda Existem Pessoas Boas’. 

A Antiga Tradição de Bardos & Druidas
“Ó Escutai a voz do Bardo,/ Que o presente, passado e futuro vê;/ Cujos ouvidos escutaram a Palavra sagrada / E caminhou entre as árvores antigas”... ‘Songs of Experience’. (William Blake).

“Sabendo alguma coisa do que os bardos fizeram, e como eram treinados, podemos agora nos perguntar qual a importância do trabalho bárdico, hoje em dia”...
 
Não é coincidência começar nosso estudo sobre o druidismo dentro do grau bárdico. Sua importância como base para nossa vida, desenvolvimento da personalidade e espiritual, não é menos significativa agora do que há milhares de anos, e poderia se dizer que é ainda mais indispensável hoje do que então. A pista para entendermos por que deveria ser assim está na percepção de que os bardos históricos trabalharam com a Memória e a Inspiração.

Um dos principais motivos da sensação de alienação do homem moderno encontra-se no fato de ter ele se separado do mundo natural e das raízes do seu passado. A prática do druidismo procura curar essa alienação – reconectando o nosso passado e o mundo da natureza.
No grau bárdico abrimo-nos para o poder restaurador da compreensão druídica da natureza – permitimos que a Mandala do Ciclo Sazonal Óctuplo aprofunde-se em nossos seres.
Trabalhar com a Memória significa trabalhar com a herança e a linhagem, bem como com a mitologia e as histórias da tribo. Trabalhar com a Inspiração significa abrirmo-nos para nossa criatividade interior. 

Muitos dos problemas que enfrentamos em nosso mundo desenvolvido resultam de reprimirmos e negarmos o artístico em todas as suas formas. 
 
A moderna pesquisa do cérebro mostra que, para a maioria, o funcionamento principal vem do hemisfério cerebral esquerdo, dominante, que intermédia a função do pensamento analítico. O hemisfério oposto [direito, intuitivo] tem menos influência na nossa maneira atual de viver – é o hemisfério que intermédia a sintetização, as formas não analíticas de pensamento e expressão: é a parte do cérebro considerada responsável pela expressão artística.
É opinião geral que, para tornarmo-nos seres completos, precisamos criar para ambos os hemisférios oportunidades de desenvolvimento e expressão. Essa verdade foi expressa pelos alquimistas (e existe uma forte tradição da Alquimia dentro do druidismo) e, posteriormente, por Carl Jung que desenvolveu a teoria de Logos e Eros arquetípicos – aspecto masculino e feminino da psique, os quais necessitam para o nosso desenvolvimento relacionar-se e, eventualmente ou periodicamente, se unir...
 


Os alquimistas sabiam da importância dessa conjunção nomeando-a de Casamento Místico ou Mysterium Coniunctionis. [E os rosa-cruzes clássicos europeus referem-se a essa Bodas na obra ‘O Casamento Alquímico de Cristão Rosacruz’. Editora Rosacruz Áurea].

Agora, a moderna pesquisa do cérebro tem nos ajudado a observar uma possível correlação física desses dois aspectos do Self, mostrando o caminho em que as diferentes funções cerebrais são compartilhadas entre os dois hemisférios - [fato conhecido e aplicado pelos mayas. Ver ‘A Segunda Profecia Maya’].

Nossa educação tem se concentrado principalmente no desenvolvimento das habilidades do pensamento analítico e matemático, embora as escolas de Rudolf Steiner sejam notáveis por sua tentativa de conferir, em seu currículo, igual status ao desenvolvimento artístico - [Sistema aplicado nas Escolas Waldorf. [Ver: Federação das Escolas Waldorf no Brasil].

Quando entramos no caminho bárdico, começamos um processo de desenvolvimento do hemisfério não-dominante [hemisfério direito]. Abrimo-nos para o Self artístico e criativo. Isso não é uma tarefa simples e, num caminho típico do druidismo, o trabalho é empreendido evidentemente em todas as direções.

Através do esquema do festival óctuplo, e com os poderes dos quatro elementos que são conferidos aos pontos cardeais no círculo sagrado do trabalho druida, o bardo é trazido para um estágio em que tem conhecimento e trabalha com os quatro aspectos do seu ser – representados pela terra, sua praticalidade e sensualidade; pela água, sua receptividade e emocionalidade; pelo ar, sua racionalidade; e pelo fogo, sua intuição e entusiasmo...
 
Ao ganhar acesso a esses quatro elementos e partes do Self, e trabalhar para harmonizá-los, o aspirante bárdico intensifica sua criatividade interior. Desenvolve, então, os recursos do corpo e coração, mente e intuição, tornados disponíveis para guiá-lo e inspirá-lo. Dessa maneira, aprendemos a contornar a mente racional, que gosta de criar limites à compreensão.

Para poder operar, o intelecto cria distinções, categorias, construções mentais através das quais a experiência pode ser compreendida e aplicada. Isso é essencial para nossa sobrevivência e progresso no mundo. Os problemas aparecem quando essa capacidade de criar padrões de referência não é contrabalançada pela capacidade de transcender as estruturas e abrir-nos para o transracional – o inexplicável com palavras, mas não menos verdadeiro.

Poesia e música são sumamente capazes de nos ajudar a ultrapassar padrões e pontos de vista. Tocada, falada, cantada ou representada, alarga as fronteiras, abre horizontes, invoca energias para o intelecto, que sozinho não pode apreender ou categorizar com seus esforços. Aqui está o poder bardo – dissolver nossas fronteiras, nossos padrões de referência – mesmo que seja só por um momento. Sinta a poesia do bardo moderno, em 'For Now':
 
 
 
"Insondável desconhecido,
Atrás e em todas as coisas -
Vale – francelho – celidônia:
Você em lugar nenhum e em todas as coisas"...

"E sendo nada é forçado a silenciar,
Sendo incapaz de falar
Você vê todas as coisas,
E eu vejo você
E eu vejo que Eu sou
O âmago do que estou vendo:
 O Sol se aproximando
Para encontrar o Homem
Que cruzou a linha,
Que saiu de dentro de si mesmo.
Fica ali na frente,
Despido na luz".
(Jay Ramsey  - For Now).
A mente não pode apreender totalmente a força deste poema – a pessoa sofre o impacto da força das palavras e imagens de uma maneira que resiste à descrição ou explicação. Essa é a função da poesia, e do bardo. Ir além. Viajar. Trazer de volta.
 
 
O Professor Michael Harner, autoridade mundial em xamanismo, diz que o caminho xamânico é mais bem definido como o método em que se abre uma porta para penetrar numa realidade diferente. E isso é precisamente o que acontece com a poesia eficaz e poderosa. A diferença entre compor, ler e recitar poesia “secular” e empreender as mesmas atividades no espírito do bardismo é que, neste último, o processo xamânico é conscientemente conhecido e trabalha-se com ele.
 
Criatividade e inspiração são vistas como dádivas dos deuses, como forças que entram no receptáculo do Self através da superconsciência. Preparação, ritual, visualização, prece e meditação apropriadas criam os canais pelos quais o poder criador e gerador pode fluir.
 
A pertinência desse trabalho para a cena artística contemporânea é clara: com a secularização da arte, ganhou-se liberdade de expressão, mas perdeu-se em profundidade de inspiração. Agora, completamos um círculo inteiro e podemos espiritualizar a arte outra vez, libertada finalmente das limitações do dogma religioso e capaz de transcender a obsessão de alcançar fama e reconhecimento pessoal.
 
A corrente bárdica não é simplesmente um amontoado de conhecimentos que em certa época possuímos e procuramos hoje recuperar; é uma forma de espiritualizada de consciência artística criativa, dinâmica e viva – o futuro guarda tantas ou mais promessas do que o passado...
 
 
"Os bardos indubitavelmente fizeram música e dançaram: os círculos de pedra [como os de Stonehenge] são feitos para dançar e o atual interesse pela dança do círculo, iniciado pelo Professor Bernard Wosien, permite que nos liguemos de novo ao antigo poder da dança circular comunitária em torno do ponto imóvel do centro"... [Lembra a citação de Jung, “Deus é uma circunferência, cujo centro está em toda parte e lugar nenhum”; e Joseph Campbell: “Deus é uma esfera inteligível, cujo centro está em toda parte”. ‘O Poder do Mito’]. 
 
Muitas tradições espirituais têm suas disciplinas específicas de movimento sagrado: existe, por exemplo, os rodopios dos dervixes, a dança sufi, Tai Chi, Paneurítmo, os movimentos de Gurdjieff e a Eurritmia de Rudolf Steiner.
 
Recentemente, três alemães descobriram um sistema de meditação druida em movimento, e existem histórias intrigantes de danças druidas ainda praticadas e relembradas no Continente. É provável que traços dessa primitiva dança sagrada e comemorativa estejam contidos na dança de Morris, de Abbot’s Bromley Horn e outras danças folclóricas.
 
  
Nosso desafio é redescobrir a música, os cânticos e as danças dos druidas, conectando as fontes arquetípicas de inspiração interior. Essas fontes são transpessoais e atemporais. Alimentaram os druidas no passado e podem nos alimentar agora. Conhecemos alguns instrumentos que eles usaram: a lira ou harpa, um tipo de corneta com som semelhante ao do “didgeridoo” australiano e, com certeza, o “bodhran” ou tambor de couro de animal e “claves” – dois pedaços de pau que se bate um contra o outro para produzir um ritmo sozinho ou contrabalancear o som do tambor.
 
A música e o teatro contemporâneos já estão recorrendo ao profundo manancial da inspiração céltica. Só para dar alguns exemplos: Clannad, Enya, Derek Bell of the Chieftains, e o Teatro Taliesin, no País de Gales, estão todos abertamente trabalhando com o espírito desse manancial.
 
Jay Ramsay, com o grupo Angels of Fire de poetas declamadores e sua coleção de poesias que recorre às fontes espirituais de inspiração encontradas nos quatro elementos, constituem outro exemplo de artistas que trabalham com a corrente chamada de “bárdica”...
 

O potencial para uma criatividade maior é imenso, quando a reincorporamos nos termos do sagrado. Anteriormente, isso incluía seres ligados aos temas e dogmas cristãos. Agora, significa reconhecer a sacralidade não só do espírito, mas de nossa Terra, dos quatro elementos e da própria criatividade e procriação.
No Grau Bárdico abrimo-nos para o que significa viver na Terra com a capacidade de ser criativo. Embora este seja o primeiro estágio de treinamento druida, seus propósitos alcançam o fundo do coração do druidismo, que é o desenvolvimento do domínio dos poderes da geração. No nível bárdico isso envolve a produção de trabalhos criativos – música, canção, poesia e arte em todas as formas.
 
No trabalho dos ovados e druidas nos relacionamos com esse poder da mesma maneira, mas nos interessamos também em gerar cura e amor, ideias e luz. O conhecimento que o bardo tem do poder da Palavra, e sua capacidade de lidar com esse poder, torna-se mágico com o druida: por entender a força criadora do som, a Palavra é usada para gerar sementes de luz que repercutem, por toda a criação.
 
A árvore que representa o grau bárdico é a bétula [Birch], sendo apropriadamente a primeira árvore do alfabeto-árvore de Ogham. Representa novos começos, pioneirismo e o ato de nascer - [Árvore da Vida].

 
"O Oeste é o lugar do bardo. É do Oeste que entramos no círculo de nossas cerimônias, o Oeste é, portanto o local da Entrada, dos começos – o oeste feminino, [o elemento] receptivo, que se volta para o Leste - o Raio da Aurora. Os períodos associados ao grau bárdico são a primavera e a aurora – quando estamos revigorados e prontos para começar um novo ciclo de aprendizagem e experiência". [Cf. ‘Elementos da Tradição Druida’, p. 59/64. Philip Carr-Gomm (*). Ediouro].


(*) Philip Carr-Gomm é chefe da Ordem dos Bardos, Ovados e Druidas. Iniciado em psicossíntese, psicoterapia de adultos, trabalha com terapia e educação de crianças pelo método montessoriano.
 


 Consulte agora o seu coração, e responda:

V. acha que nasceu num certo dia cósmico, regido por certo signo do zodíaco, na data sob a proteção de certa categoria angélica, na veste de uma certa raça, país, etc., tudo por Acaso?! Anjos, Coincidências & Lições de Vida’.











 Luz, Amor e Paz! (Campos de Raphael).


 

 


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A FORÇA DIVINA DOS NÚMEROS PITAGÓRICOS - ('Tempo & Espaço').

“Para Pitágoras, os números não eram uma invenção, e sim entidades independentes e sagradas, com características que deveriam ser aprendidas por meio da meditação. O Um, a unidade, era a fonte primária da existência. O Um e os nove números inteiros que lhe seguiam formavam a década sagrada, e eram deuses”. [Cf. Mistérios do Desconhecido' - 'Tempo & Espaço'].
Guardião do Dia: ‘MANAKEL’ – ‘Deus que fecunda e mantém todas as coisas’. Protege os nascidos em 17/10, 29/12, 12/03, 24/05 e 05/08. 'Manakel' ajuda a acalmar a cólera das pessoas e tirar delas toda a maldade. Favorece a inspiração para a música e poesia. Domina o mundo dos elementais.
A FORÇA DIVINA DOS NÚMEROS PITAGÓRICOS
Os povos gregos tentavam entender o espaço, o tempo e o universo através da religião e do mito; hoje avaliamos esses conceitos com olhar científico. Embora a mudança tenha sido gradual, um homem chamado Pitágoras (séc. VI a.C.), se destaca no limiar em que o mito fluía para a análise intelectual, onde as ideias juntavam o misticismo à ciência.

Mais conhecido pelo famoso teorema geométrico de que ‘o quadrado da hipotenusa de um triângulo retângulo é igual à soma dos quadrados dos catetos’, Pitágoras, mais do que matemático, era um místico que, segundo alguns, tinha poderes mágicos. Descobriu, como músico, a física da escala harmônica, e o primeiro a chamar a si mesmo de 'filósofo', ou 'amante do saber'.

“Combinou a ciência e a metafísica em uma mistura que talvez seja mais bem exemplificada pelo uso que fazia da palavra kosmos – que até então significava ‘ordem’ ou ‘beleza’ – para identificar o universo. Seus seguidores, chamados de pitagóricos, diziam que o cosmo era uma harmonia de opostos equilibrados, tais como par e ímpar, masculino e feminino, bem e mal”.
Mas os opostos primordiais eram o limite e o ilimitado – ou seja, o que tinha forma e o que se imaginava como caos. Os pitagóricos achavam que o limite agia sobre o ilimitado para formar o Um místico, reverenciado como fonte de todos os números. E, para eles, os números eram tudo.

O Universo de Números Divinos
“Para Pitágoras, os números não eram uma invenção, e sim entidades independentes e sagradas, com características que deveriam ser aprendidas por meio da meditação. O Um, a unidade, era a fonte primária da existência. O Um e os nove números inteiros que lhe seguiam formavam a década sagrada, e eram deuses”...
 
Os pitagóricos estudavam apenas números inteiros e positivos. Conheciam as frações, os números negativos e o zero, mas evitavam-nos por considerá-los maus e ímpios. Não representavam os números por símbolos, e sim por quantidades, com fileiras de pontos ou pedrinhas, como estas à direita, representando Dez.

Qualquer número ímpar, por exemplo, podia assumir o formato de um L de braços iguais chamado de gnômon – literalmente 'esquadro de carpinteiro' – como o número cinco na página ao lado. Os números ímpares ou gnômons eram bons, pois suas formas quadradas simbolizavam a igualdade e a regularidade.
Os números pares, incapazes de formar um gnômon equilibrado, eram maus; tinham um formato oblongo, que se opunha ao quadrado pleno em uma das dualidades básicas do cosmo. Especialmente culpado era o Dois que, tal como o Um, não era considerado um número, mas como fonte de números - no caso do Dois, de todos os números pares.

Outros números mais respeitados eram os de formato quadrado, como o Quatro (apesar de ser par), e os da forma triangular, como o Três ou o Seis. Os números quadrados, tal como são chamados até hoje, eram aqueles que resultavam da multiplicação de um número, chamado de raiz quadrada, por si mesmo.
Os pitagóricos observaram que a adição do gnômon apropriado a um número quadrado resultava em mais um número quadrado. Assim, o gnômon Cinco se encaixava a qualquer lado do quadrado Quatro para produzir outro quadrado, o Nove – processo chamado de expansão gnômica.

Os números triangulares eram reverenciados como a soma de números consecutivos, tal como 1 + 2 = 3. Os pitagóricos viam uma perfeição singular no número triangular Dez e veneravam-no como a soma do poder divino, adotando sua disposição triangular [piramidal], como ícone de sua fé.
A essa figura chamavam tetractys, ou “quatricidade”, pois o Dez é a soma de Um, Dois, Três e Quatro, que por sua vez eram considerados como a fonte de tudo no universo.

A Simbologia da Década Sagrada
 
1. O Um, ou Unidade, era a essência do que os pitagóricos chamavam limite. Embora o Um faça parte de todos os números, era definido como a base dos números e não como um número em si. Ele teria surgido do nada e originando todo o resto. O Um era identificado com Zeus, pai dos deuses e criador do cosmo.

Sendo a fonte de todos os números bons, ou ímpares – que podiam ser escritos na saudável forma do gnômon de braços iguais – ele era conhecido como o amigo, pois que a amizade só pode existir entre iguais. Fonte de amizade e limite, o Um era a influência harmonizadora indispensável no cosmo, equilibrando todos os elementos desencontrados.

Por ser agente e fonte de toda a existência, era considerado hermafrodita, masculino e feminino ao mesmo tempo. Embora todo número deva ser par ou ímpar, os pitagóricos diziam que o Um era ambos.

2. O Dois, ou Díade, era feminino, material, par e oblongo. Oposto do Um, em todos os aspectos, era a essência do ilimitado – caótico, alastrado e indisciplinado. Tal como o escultor molda a argila, o Dois só adquiria forma por influência do Um.
Entre os muitos nomes do Dois estava o de Temerário, por sua ousadia em romper a pura unidade do Um. Mas sua rebelião levou ao mal e à miséria da vida material.

3. O Três é o primeiro dígito considerado como número; simbolizava pluralidade e multiplicidade e o mundo da matéria, posto quer são necessários apenas três pontos para definir um plano, ou superfície bidimensional.
O Três era também o primeiro número em sequência que formava um triângulo, sendo a soma de números sucessivos 1+ 2 = 3; ele tinha começo, meio e fim, representava tanto a psique humana quanto a psique cósmica.

4. O Quatro é o primeiro número quadrado. De importância inferior apenas à do Um, o Quatro significava justiça. Tornava possíveis os sólidos geométricos - e toda matéria -,acrescentando a terceira dimensão de profundidade [como vemos nos filmes de 3D].
Só quatro pontos são precisos para definir os vértices de um tetraedro, a figura sólida piramidal que tem quatros triângulos como lados. E ao significar solidez, o Quatro simbolizava o impulso criativo que formou o cosmo, bem como a estrutura numérica subjacente a toda a existência.

O Quatro completa a série necessária para formar Dez, a década sagrada (1+2+3+4=10), fazendo do próprio Quatro outra manifestação da década. Essa série de números era divina e também o poder criador do universo.
5. Sua posição no meio da década sagrada dava ao Cinco um grande significado. Consagrado a Afrodite, simbolizava o matrimônio [sagrado], pois era a soma de Três, o primeiro número ímpar e masculino, com Dois, o primeiro feminino e par. Exprimia também os cinco sólidos geométricos regulares cujas faces eram equiláteras e equiangulares: tetraedro, cubo, octaedro, dodecaedro e icosaedro.

6. O Seis pode ser um número triangular [pontos em forma piramidal], soma de inteiros sucessivos (1+2+3=6), ou oblongos [pontos na forma retangular], c Omo produto de dois números sucessivos (2x3=6). Dessas propriedades vinha sua distinção como primeiro número perfeito: os divisores de Seis (Um, Dois e Três) também dão Seis quando somados. Os números perfeitos eram valorizados pela raridade; depois há o 28 (1+2+4+7+14) e o 496 (1+2+4+8+16+31+62+124+248).
O Seis representava também o número de níveis dos seres vivos. Os mais baixos eram o esperma e as sementes; depois vinham plantas, animais, seres humanos, daimones (que medeiam entre os homens e os deuses) e, no nível mais alto, os próprios deuses.

7. O Sete, chamado de Virgem, não podia ser “gerado” por qualquer multiplicação de algum par da Década; e multiplicado por qualquer número que não fosse o Um produzia um resultado fora da década sagrada. No entanto, multiplicado pelo Quatro sagrado, produz o 28, o segundo número perfeito.
8. O Oito, embora seja um número par, era venerado como o primeiro número cúbico: 2x2x2=8. Além disso, o Oito é igual a 2+2+2+2, a combinação que os pitagóricos denominaram Harmonia.

9. O Nove é o primeiro gnômon que é também um número quadrado. E às vezes chamado de Oceano, deus do mar, por formar, como a linha costeira, o limite antes do Dez sagrado. Chamado também de Prometeu, pois, tal como o poderoso deus, era forte e segurava os outros números da década.
10. “O Dez simbolizava o bem supremo e necessário do limite e da forma, em eterna oposição ao ilimitado e ao caos. Ao interromper a progressão informe da infinidade, o Dez tornava possível a contagem. Todos os nove números precedentes eram identificados com deuses e o Dez era a soma dos poderes divinos para manter a união”. [Cf. ‘Mistérios do Desconhecido. Tempo & Espaço’, p. 43/45. Abril Livros].
 
Luz, Amor e Paz! (Campos de Raphael).